A GNR identificou 43.322 idosos a viver sozinhos, isolados ou em situação de vulnerabilidade, um número que quase triplicou desde 2011, ano em que foi realizada a primeira operação «Censos Sénior», segundo dados da Guarda Nacional Republicana.
Os cerca de 300 militares da GNR envolvidos na operação «Censos Sénior 2016», que decorreu entre 1 e 30 de abril em todo o País, fizeram também, pela primeira vez, o levantamento das pessoas portadoras de deficiência, tendo sinalizado 600 pessoas.
Das 600 pessoas sinalizadas, 166 vivem sozinhas, 38 residem em locais isolados, 33 vivem sozinhas e isoladas. As restantes 363 situações não se enquadram nestas situações, adianta a GNR.
Os dados da GNR referem ainda que a maioria (28.691) dos idosos sinalizados são mulheres.
Dos 43.322 idosos sinalizados – mais 4.106 relativamente ao ano anterior (9,4%) –, 26.000 vivem sozinhos (mais 2.004 relativamente a 2015), 4.626 moram em locais isolados (menos 579) e 3.085 vivem sozinhos e isolados (menos 203).
Os restantes idosos sinalizados (9.611) encontravam-se em “situação de vulnerabilidade fruto de limitações físicas e/ou psicológicas”, mais 2.884 relativamente ao ano anterior, refere a Guarda.
Os dados mostram que, entre 2015 e 2016, quase triplicaram (174%) as situações de idosos que foram sinalizados e reencaminhados para as entidades competentes, sobretudo de apoio social, para fazer o seu acompanhamento futuro.
Em 2015 foram encaminhados para instituições de solidariedade social 315 idosos, enquanto este ano foram 864, a maioria mulheres (514).
Os dados da GNR mostram um aumento gradual das situações de carência alimentar entre os mais idosos: em 2011 foram sinalizados 15.596 idosos, número que subiu para 23.001 em 2012, para 28.197 em 2013, para 33.963 em 2014, para 39.216 em 2015 e para 43.322 em 2016.
Segundo o capitão Ricardo Silva, este aumento deve-se a um melhor registo das situações.
“Não quer dizer que haja mais idosos [a viver sozinhos e isolados], simplesmente é feita uma melhor referenciação das situações”, explicou militar, acrescentando: “A tendência será o aumento porque, cada ano que passa, conseguimos ter um melhor conhecimento do terreno e um melhor registo de onde os idosos estão”.
Realizada anualmente pela GNR, a operação «Censos Sénior» tem como objetivo atualizar os registos dos idosos que vivem sozinhos e isolados, identificar novas situações e informar as entidades competentes das situações de potencial perigo.
Durante a operação foram ainda realizadas ações de sensibilização para que “esta população adote comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes”, refere a GNR.
A GNR adianta que continuará, ao longo ano, a acompanhar os idosos sinalizados e as pessoas com deficiência, realizando visitas regulares às suas residências, no sentido de realizar mais ações de sensibilização e fazer uma avaliação da sua segurança.
(Texto LUSA/Fotos D.R.)
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