PADRE JOSÉ MAIA

Barómetro de cidadania

Após longas semanas em que fomos massacrados pela opinião publicada (a classe dos comentadores) com o anúncio das famigeradas “sanções” da Comissão Europeia contra o nosso país e com a ameaça permanente de maus agoiros (tudo está a correr mal!), eis que a tensão política parece amainar! Até que enfim…

É que, para além dos protagonistas do país político, que tudo pretendem comandar, existe um pais real da gente que trabalha, que vive as suas alegrias e esperanças, sofre com infortúnios com que não contava, chora, estuda, faz projetos para a família e para a vida, cria riqueza para si e para os outros, é solidária e participa em “boas causas”, e começa a ficar cansada de ter de “ver, ouvir e ler” apenas mensagens agoirentas que pretendem reduzir o nosso presente e futuro coletivo à sua dependência de burocratas de Bruxelas!

Por favor, entendam-se, façam lá as contas e deixem-nos em paz!

Não queiram fazer do povo o “bode expiatório” das incompetências e dos desgovernos que teimam em contaminar o nosso futuro coletivo como Povo e Nação!

A recente proeza da seleção nacional, ao vencer o campeonato europeu de futebol, evidenciou bem que esse “povo dos heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal” anda por cá e não permitirá que “piratas em terra” (gente sem valores e só preocupada com o jogo dos interesses financeiros) tomem de assalto um país que é de TODOS!

Há muito mais país para além das tricas político/partidárias que inundam primeiras páginas de jornais, abrem e alimentam telejornais de todos os canais, sem esquecer programas de rádio, que, hora a hora, replicam, durante semanas a fio, maus agoiros que acabam por influenciar, negativamente, o nosso já tão baixo astral!

Pelo que se vai observando, arrumada, para já, a novela das sanções, e ouvidos os líderes partidários pelo Presidente da República, parece que o país político amansou!

Entretanto, há muito “trabalhinho de casa” para fazer, de modo a que, após as férias (para quem as pode gozar) possamos alimentar a esperança de que os decisores políticos e todos os servidores do Estado, que existem para atender condignamente os cidadãos, nos apresentem argumentos que demonstrem a sua capacidade para nos governarem como merecemos!

Já agora: uma vez que os apelos ao “consenso nacional sobre grandes questões” parece não ter futuro (ao menos com os atores que lideram os vários partidos), talvez não fosse má ideia ir pensando numa forma criativa e mobilizadora capaz de transformar as eleições autárquicas (as eleições de proximidade) não apenas num “momento para votar” mas, sobretudo, numa oportunidade de ouro para criar um “movimento para mudar” a cultura e prática política, mostrando ao Poder Central (independentemente da cor política de quem tem por lá passado) que “o povo é quem mais ordena” e pretende uma organização de seu país mais próxima dos cidadãos, com mais coesão social e territorial.

Aproveitando o aviso à navegação feito pelo Presidente Marcelo às classes política, deixando antever que os resultados das eleições regionais e autárquicas poderão constituir uma oportunidade para abrir um novo ciclo na governação do país, não valerá a pena apostar na preparação destas eleições, escolhendo pessoas e projetos políticos que possam fazer a diferença entre o passado de centralismo, que dispensamos, e o “futuro de mudança” que todos queremos?

 

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2016-08-04



















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