Decididamente, esta é uma frase que anda na moda, escrita e falada em tudo quanto é sítio, papagueada, dia noite, por todos os comentadores da nossa praça.
Afinal, de que confiança falamos?
O Primeiro-Ministro, ao apresentar os seus argumentos para poder formar Governo e conduzir o país na senda do crescimento económico como forma de contrariar a austeridade, com apoio dos partidos à sua esquerda, prometeu para 2016 um crescimento económico de 2,6%. Formou-se o Governo e começaram de imediato as medidas para atingir esta meta. Entretanto, passados poucos meses, acontece que, a correr bem, em vez dos 2,6%, o tal crescimento não passa dos 0,9% Agora dizem-nos que está a crescer menos, mas ainda assim estes dados devem ser considerados como indicadores de confiança!
Com horizontes de confiança nestes termos e percentagens, considerando-os um sinal de confiança, estamos conversados!
É certo que há indicadores efetivos de retoma de outra confiança que começa a querer regressar ao país, após os duros anos de austeridade dos últimos anos, provocados pela necessidade de obrigar os portugueses a pagar os desmandos de sucessivos Governos que nos levaram à necessidade de recorrer à troika! E o anterior Governo, ao querer andar depressa demais…exagerou na dose!
E esta confiança que dá provas de querer regressar às nossas vidas pessoais, familiares e até nacionais, qual sol após violentas tempestades, curiosamente, fica a dever-se às glórias desportivas da nossa seleção nacional de futebol, de hóquei patins e outras. O canto do hino nacional, acompanhado do içar da nossa bandeira, dentro e fora do país, são expressões reveladoras de que, para além de governos que nos desgovernam, há um povo que ainda é nobre e uma nação que será sempre imortal!
Goste-se ou não…o fenómeno de popularidade do Presidente Marcelo aí está para demonstrar que se podem desempenhar altas funções de Estado com afeto e respeito pelo povo, merecendo a sua confiança.
Mas, para isso, o mesmo povo a quem disseram que é ele que ordena, deve reclamar o direito de ser ele a poder eleger quem o respeita e a negar-se a colocar cruzinhas em boletins de voto onde os partidos colocam pessoas que ninguém conhece e a quem, na hora da verdade, nunca podem pedir contas do que fazem e não fazem!
Depois, temos ainda indicadores de abuso de confiança, como é o caso da “ditadura fiscal”, que anda a lançar impostos sobre tudo o que mexe (ou até não mexe, como é o caso do IMI), comportando-se como uma “espremedeira vinícola” que vai apertando os contribuintes até que eles entendam que vivem para assegurar a sobrevivência do Estado e todos os seus desmandos (as “reversões” são bonitas, até poderão ser justas…mas são pagas à custa de quem)?
Por fim: indicadores de confiança, mesmo, são o retorno da natalidade, com alguma consistência e o turismo que, graças ao bom tempo e à hospitalidade dos portugueses, nos vai trazendo atividade económica a sério, daquela que nós precisamos. É que, sem atividade económica que não crie receitas, não se torna possível, como pretendem certos aprendizes de política e de sindicatos, garantir empregos com salários justos… a não ser que sejam eles a criar tais postos de trabalho, mas não à pala do Estado, que terão de ser sempre os nossos impostos a pagar! Porque é que os sindicatos não desenvolvem eles mesmos (e não à pala do Estado) atividades económicas, assumindo-se como patrões, e mostrando como as suas teses reivindicativas sobre os outros afinal são podem ser viáveis?
Pe. José Maia
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