O presidente da Entidade Reguladora de Saúde (ERS), Rui Nunes, demitiu-se do cargo que ocupava desde Março de 2004, alegando falta de apoio institucional e financeiro do Estado. Em conferência de imprensa, Rui Nunes queixou-se da ausência de apoio do novo governo para o normal funcionamento da ERS, tanto ao nível da dotação financeira e de recursos humanos, como ao nível institucional, o que na sua opinião, era fundamental para o organismo se impor junto das entidades reguladas.
Com a demissão de Rui Nunes, o Conselho Directivo da ERS funciona apenas com o vogal Paulo Freitas, uma vez que o terceiro elemento, Cordeiro Tavares, já se tinha demitido quando o ministro da Saúde, Correia de Campos, questionou a falta de regulamentação do transporte de doentes e dos meios complementares de diagnóstico.
O presidente demissionário da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Rui Nunes, justificou hoje a sua demissão do cargo pela "falta de apoio institucional", incluindo do presidente da Republica, aquele organismo. "Mais grave do que a falta de recursos financeiros e meios humanos é a falta de apoio institucional, pois a ERS não se pode impor junto das entidades reguladas quando inclusivamente é criticada por ministros em vez de ser apoiada. Assim nenhuma entidade reguladora se pode impor", afirmou Rui Nunes em conferência de imprensa.
O presidente da ERS manifestou-se "decepcionado pela forma alheada como o poder político encara a ERS" e considerou que não estão reunidas as condições para que o organismo possa "defender os interesses dos utentes", um dos principais objectivos da sua criação.
Rui Nunes admitiu ainda como, uma possibilidade, o governo querer desviar agora a sede do organismo do Porto para Lisboa. A ERS nasceu por iniciativa do antigo ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, para satisfazer uma das condições do presidente da República para promulgar o diploma que aprovou a reforma dos cuidados de saúde primários (centros de saúde). Agora, também Jorge Sampaio foi criticado por Rui Nunes. "O apoio do presidente da República esvaneceu-se. Não sei exactamente porquê. Onde está todo o empenho revelado em 2004?", questionou.
03.07.2005
Data de introdução: 2005-07-08