Banho de multidão à chegada da Chama da Solidariedade ao Jardim Municipal do Funchal, momento formal de início da XI Festa da Solidariedade. Ao sétimo dia, a flama solidária terminava o périplo por toda a Região Autónoma da Madeira, chegando pelas mãos do padre Francisco Caldeira, presidente da UIPSS Madeira, que a entregou ao padre Lino Maia, presidente da CNIS, que por sua vez a transmitiu a José Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para que estivesse aberta oficialmente Festa da Solidariedade.
A massa humana que lotou o anfiteatro do Jardim Municipal recebeu a Chama com enorme entusiasmo, e até alguma euforia a que a enorme quantidade de crianças não foi alheio, espelhando bem o que foi a presença de sete dias na «Pérola do Atlântico».
“Dá prazer fazer o bem e quanto melhor, melhor” foi a mensagem deixada pelo presidente da CNIS aos presentes, que instigou todos os presentes a fazerem “quanto melhor, melhor”.
Durante o período mais institucional do evento, os oradores tocaram temas que ao longo da semana foram igualmente abordados nas instituições aquando da passagem do archote solidário. E esses temas foram essencialmente as dificuldades económico-financeiras das IPSS insulares (e não só!), o combate à pobreza que a crise agudizou ou a situação da Venezuela e o regresso de muitos emigrantes madeirenses que estão a chegar sem nada e sem perspetivas de futuro, mas todos os intervenientes salientaram também a enorme importância das IPSS na atenuação dos problemas, sublinhando o extraordinário trabalho que desenvolvem, em especial com os mais carenciados.
Destaque para as palavras sobre estas temáticas dos presidentes da CNIS e da UIPSS Madeira, mas também de Rubina Leal, secretária Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Paulo Cafôfo, edil do Funchal, e do ministro Vieira da Silva.
O governante da República começou por elogiar todos os que nas IPSS ajudam à “construção de uma sociedade mais justa e solidária”, evocando, de seguida, três palavras, que em sua opinião, são chave neste universo: solidariedade, compromisso e cooperação.
“E quero aqui manifestar a minha solidariedade, afirmar o meu compromisso no combate às desigualdades e à pobreza e expressar a minha vontade de ser uma parte dessa cooperação”, sustentou o ministro Vieira da Silva, finalizando com um elogio: “E neste esforço de solidariedade, de compromisso e de cooperação, há aqueles que têm essa exigência por dever de ofício, mas os que o fazem por vontade cívica, por dádiva, por pertença a uma comunidade merecem-nos uma palavra de duplo agradecimento, porque não estão apenas a cumprir um dever, estão a demonstrar um caminho, o caminho desta Chama, o caminho da solidariedade, do compromisso e da cooperação. Bem hajam!”.
Ainda antes de regressar a animação musical ao palco, a Chama da Solidariedade foi simbolicamente transmitida pelo presidente da UIPSS Madeira, padre Francisco Caldeira, ao homólogo da UDIPSS Setúbal, Fernando Sousa, que em 2018 receberá a 12ª edição da Festa da Solidariedade.
Findo o momento institucional, a festa regressou ao palco, com diversas atuações de grupos oriundos de instituições de todos os concelhos da Madeira, que só o calor intenso de um Sol impiedoso acabou por, de certa forma, levar a uma certa desmobilização em busca das sombras do bonito Jardim Municipal. Diga-se que o problema foi, entretanto, atenuado com alguns guarda-sóis, o que ajudou a manter o público no anfiteatro.
Mesmo assim a alegria e diversão foi uma constante dos dois lados do palco, com as instituições a apresentarem números musicais, teatrais e de dança, o que fez a plateia, onde pontificaram muitos turistas estrangeiros, rejubilar amiúde.
É caso para se dizer que… foi bonita a festa, pá!
No final, em jeito de balanço, o presidente da CNIS disse, ao SOLIDARIEDADE, que a Festa da Solidariedade foi “um momento importante para as IPSS e para a União das IPSS da Madeira e para a CNIS, porque se nota, de facto, uma grande adesão, um grande entusiasmo e uma vontade muito grande de comunhão em torno da União da Madeira e da CNIS”.
Por outro lado, o padre Lino Maia destacou “a sensibilidade, por parte do Governo Regional, para aprofundar a cooperação, mediada pela UIPSS Madeira, o que é muito bom”.
Em jeito de balanço, o líder da CNIS não tem dúvidas de que na Madeira aconteceu “uma das melhores edições da Festa da Solidariedade”: “A Festa começou no Porto Santo há uma semana e teve sempre, por todas as localidades por onde passou a Chama da Solidariedade, uma grande adesão. Houve casos em que crianças de escolas estiveram duas horas à espera sem arredar pé, foi muitíssimo bom. Não apenas hoje aqui no Funchal, mas houve sempre uma grande adesão em todos os dias, uma adesão feliz e cheia de entusiasmo”.
Para o padre Lino Maia, “a Solidariedade sai reforçada e isso é importante para os desafios com que se confronta”, considerando que “cada vez mais há condições para nos darmos mais às populações”.
Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)
Não há inqueritos válidos.