XI FESTA DA SOLIDARIEDADE – MADEIRA 2017

“Dá prazer fazer o bem e quanto melhor, melhor”

Banho de multidão à chegada da Chama da Solidariedade ao Jardim Municipal do Funchal, momento formal de início da XI Festa da Solidariedade. Ao sétimo dia, a flama solidária terminava o périplo por toda a Região Autónoma da Madeira, chegando pelas mãos do padre Francisco Caldeira, presidente da UIPSS Madeira, que a entregou ao padre Lino Maia, presidente da CNIS, que por sua vez a transmitiu a José Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para que estivesse aberta oficialmente Festa da Solidariedade.
A massa humana que lotou o anfiteatro do Jardim Municipal recebeu a Chama com enorme entusiasmo, e até alguma euforia a que a enorme quantidade de crianças não foi alheio, espelhando bem o que foi a presença de sete dias na «Pérola do Atlântico».
“Dá prazer fazer o bem e quanto melhor, melhor” foi a mensagem deixada pelo presidente da CNIS aos presentes, que instigou todos os presentes a fazerem “quanto melhor, melhor”.
Durante o período mais institucional do evento, os oradores tocaram temas que ao longo da semana foram igualmente abordados nas instituições aquando da passagem do archote solidário. E esses temas foram essencialmente as dificuldades económico-financeiras das IPSS insulares (e não só!), o combate à pobreza que a crise agudizou ou a situação da Venezuela e o regresso de muitos emigrantes madeirenses que estão a chegar sem nada e sem perspetivas de futuro, mas todos os intervenientes salientaram também a enorme importância das IPSS na atenuação dos problemas, sublinhando o extraordinário trabalho que desenvolvem, em especial com os mais carenciados.
Destaque para as palavras sobre estas temáticas dos presidentes da CNIS e da UIPSS Madeira, mas também de Rubina Leal, secretária Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Paulo Cafôfo, edil do Funchal, e do ministro Vieira da Silva.
O governante da República começou por elogiar todos os que nas IPSS ajudam à “construção de uma sociedade mais justa e solidária”, evocando, de seguida, três palavras, que em sua opinião, são chave neste universo: solidariedade, compromisso e cooperação.
“E quero aqui manifestar a minha solidariedade, afirmar o meu compromisso no combate às desigualdades e à pobreza e expressar a minha vontade de ser uma parte dessa cooperação”, sustentou o ministro Vieira da Silva, finalizando com um elogio: “E neste esforço de solidariedade, de compromisso e de cooperação, há aqueles que têm essa exigência por dever de ofício, mas os que o fazem por vontade cívica, por dádiva, por pertença a uma comunidade merecem-nos uma palavra de duplo agradecimento, porque não estão apenas a cumprir um dever, estão a demonstrar um caminho, o caminho desta Chama, o caminho da solidariedade, do compromisso e da cooperação. Bem hajam!”.
Ainda antes de regressar a animação musical ao palco, a Chama da Solidariedade foi simbolicamente transmitida pelo presidente da UIPSS Madeira, padre Francisco Caldeira, ao homólogo da UDIPSS Setúbal, Fernando Sousa, que em 2018 receberá a 12ª edição da Festa da Solidariedade.
Findo o momento institucional, a festa regressou ao palco, com diversas atuações de grupos oriundos de instituições de todos os concelhos da Madeira, que só o calor intenso de um Sol impiedoso acabou por, de certa forma, levar a uma certa desmobilização em busca das sombras do bonito Jardim Municipal. Diga-se que o problema foi, entretanto, atenuado com alguns guarda-sóis, o que ajudou a manter o público no anfiteatro.
Mesmo assim a alegria e diversão foi uma constante dos dois lados do palco, com as instituições a apresentarem números musicais, teatrais e de dança, o que fez a plateia, onde pontificaram muitos turistas estrangeiros, rejubilar amiúde.
É caso para se dizer que… foi bonita a festa, pá!
No final, em jeito de balanço, o presidente da CNIS disse, ao SOLIDARIEDADE, que a Festa da Solidariedade foi “um momento importante para as IPSS e para a União das IPSS da Madeira e para a CNIS, porque se nota, de facto, uma grande adesão, um grande entusiasmo e uma vontade muito grande de comunhão em torno da União da Madeira e da CNIS”.
Por outro lado, o padre Lino Maia destacou “a sensibilidade, por parte do Governo Regional, para aprofundar a cooperação, mediada pela UIPSS Madeira, o que é muito bom”.
Em jeito de balanço, o líder da CNIS não tem dúvidas de que na Madeira aconteceu “uma das melhores edições da Festa da Solidariedade”: “A Festa começou no Porto Santo há uma semana e teve sempre, por todas as localidades por onde passou a Chama da Solidariedade, uma grande adesão. Houve casos em que crianças de escolas estiveram duas horas à espera sem arredar pé, foi muitíssimo bom. Não apenas hoje aqui no Funchal, mas houve sempre uma grande adesão em todos os dias, uma adesão feliz e cheia de entusiasmo”.
Para o padre Lino Maia, “a Solidariedade sai reforçada e isso é importante para os desafios com que se confronta”, considerando que “cada vez mais há condições para nos darmos mais às populações”.

Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)

 

Data de introdução: 2017-06-08



















editorial

O COMPROMISSO DE COOPERAÇÃO: SAÚDE

De acordo com o previsto no Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, o Ministério da Saúde “garante que os profissionais de saúde dos agrupamentos de centros de saúde asseguram a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Imigração e desenvolvimento
As migrações não são um fenómeno novo na história global, assim como na do nosso país, desde os seus primórdios. Nem sequer se trata de uma realidade...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Portugal está sem Estratégia para a Integração da Comunidade Cigana
No mês de junho Portugal foi visitado por uma delegação da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância do Conselho da Europa, que se debruçou, sobre a...