O dia até nasceu envergonhado, mas com o decorrer das horas o Sol levou a melhor sobre as nuvens, aqueceu corpos e espíritos e abrilhantou de forma intensa o encerramento da Semana Social da UDIPSS Braga que encheu de alegria e animação a zona envolvente do Santuário da Penha, em Guimarães.
Às nove da manhã já o assador estava a ser montado, onde pouco depois uma vitela seria assada e distribuída por muitos dos convivas, uma gentileza da vimaranense Venerável Ordem Terceira de S. Francisco. Em frente ao Santuário da Penha eram, também, montados os insufláveis que momentos depois levariam a criançada ao delírio coletivo.
A intenção era celebrar de forma descontraída a solidariedade no distrito de Braga, depois de dois dias de abordagem a assuntos mais sérios em outros tantos seminários («Os Modelos de Negócio das Organizações Sem Fins Lucrativos» e «Investimento Social: Tendências e Desafios»).
“No primeiro dia olhámos para aquilo que é a sustentabilidade das instituições, uma matriz de gestão que possa ser cuidada, naquilo que é a fidelidade à matriz e à missão que as IPSS não podem nunca descurar”, começou por referir o cónego Rosmaninho Mariz, presidente da UDIPSS Braga, responsável e promotora da Semana Social, que este ano se realizou pelo segundo ano consecutivo.
Sobre o segundo seminário, que também aconteceu em Guimarães, cidade escolhida para acolher a segunda edição da iniciativa, o presidente da União Distrital recordou que foram abordados temas “mais no âmbito estatal e da Segurança Social, enquadrando a perspetiva do 2020, a inovação social e de tudo aquilo que é novo e que as instituições nem sempre estão sensibilizadas”, rematando: “O propósito era precisamente sensibilizá-las para estas novas realidades e possibilidades”.
Depois de dois dias mais institucionais, o terceiro e último dia da Semana Social minhota foi de puro convívio e diversão.
E não podia ter melhor final a Semana Social do que um são convívio entre diversas gerações que começou com um belo de um piquenique e terminou em festa e com muita música.
Os grupos das muitas IPSS que marcaram presença, oriundas dos quatro cantos do distrito de Braga, foram chegando aos poucos e povoando o alto da Penha.
Findo(s) o(s) repasto(s), as centenas de pessoas presentes, entre crianças e seniores, entregaram-se aos deleites da celebração. Os mais novos, eufóricos, desfrutavam dos insufláveis, saltando, correndo, dando cambalhotas, ou comiam pipocas e algodão doce, enquanto os mais velhos assistiam à animação musical e, os mais afoitos dançavam mesmo sob o Sol já abrasador, o que obrigou muitos dos presentes a refugiarem nas muitas sombras que a Penha oferece. Mesmo assim, e apesar de aparentemente desfasados do centro da atividade, a interação foi uma constante.
Palhaços, mágicos e malabaristas, o grupo de bombos Cercissons, da Cercigui, e muitos outros animaram de forma especial o dia de centenas de utentes e celebraram a solidariedade.
“O balanço é muito positivo. Estão aqui mais de 1.200 pessoas em convívio e interação intergeracional, um momento em que também eles potenciaram um tempo de partilha e de convívio. É sempre salutar isto acontecer”, referiu o cónego Mariz, acrescentando: “O papel de uma IPSS no seio de uma comunidade também é de fortalecer o convívio, tão essencial para combater a solidão que tantas vezes causa tantos males e depressão às pessoas”.
O presidente da UDIPSS Braga destacou: “Este pequenino gesto de plantar umas oliveiras, árvore símbolo da paz e também da fecundidade, porque de um pequenino ramo que se arranca e se planta nasce outra oliveira. E que também a ação social no seio da sociedade seja sempre esse raminho de oliveira, sempre a crescer e que seja potenciador da paz, da paz social neste caminhar de uns com os outros”.
Por outro lado, o cónego Mariz sublinhou a ainda a importância destas iniciativas para intensificar as relações entre as IPSS do distrito.
“Esse também é um dos objetivos desta iniciativa, o fortalecer das relações entre as IPSS, por vezes muito autonomizadas dentro de si, e que estes momentos de reflexão e de convívio possam fortalecer essa comunhão e essa partilhar no seio das instituições”, defendeu, referindo ainda a importância deste tipo de encontros para a coesão social, “que tem que ser sempre cimentada”.
“Isto é como uma parede que para se manter coesa tem que ser cuidada e, nesse sentido, também o Setor Social é uma parede, é um apoio sólido no caminhar desta sociedade que se quer mais solidária e fraterna. E o encontro, a comunhão e a partilha são muito importantes para esse cimento, para que essa parede seja sólida. Só um Setor Social forte, unido e coeso poderá mostrar o seu valor e a sua importância para a sociedade”.
A Semana Social vai na segunda edição, nasceu em 2016 no âmbito da celebração do 15º aniversário da UDIPSS Braga e é para continuar.
“Sentimos que era relevante e importante e por isso este ano replicámos a experiência, sempre com o cuidado de podermos descentralizar a iniciativa”, finalizou o cónego Mariz.
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