ECONOMIA

Portugueses são os mais pessimistas

Portugal é o Estado-membro da União Europeia onde reina um maior pessimismo relativamente ao crescimento económico nos próximos 12 anos, revela o Eurobarómetro da Primavera, divulgado em Bruxelas pela Comissão Europeia.

De acordo com o estudo, 60 por cento dos portugueses consideram que os 12 próximos meses vão ser ainda "piores" a nível de crescimento económico do país, o que representa uma subida de 2 pontos percentuais face ao pessimismo português registado no Eurobarómetro do Outono de 2004, e um valor bem acima da média europeia (37 por cento). Apenas 9 por cento dos portugueses crêem que a situação vai ser "melhor" e 27 por cento acreditam que se manterá "idêntica".

O pessimismo português estende-se a outras áreas, sendo Portugal o terceiro país entre os 25 da União Europeia (UE) onde as perspectivas relativamente ao sector do emprego são mais desanimadoras.

De acordo com os resultados do inquérito, 59 por cento dos portugueses pensam que a situação do emprego no país vai ser pior nos próximos 12 meses, contra 8 por cento de optimistas e 29 por cento que acreditam que se manterá na mesma. Mais pessimistas apenas gregos (63 por cento) e cipriotas (61) sendo a média europeia de pessimismo de 42 por cento.

Ainda noutra questão a nível interno, os portugueses são dos mais descontentes face ao funcionamento da democracia no país, registando mesmo a maior insatisfação na UE a 15, com 55 por cento de insatisfeitos (contra 41 por cento de inquiridos que se dizem satisfeitos). Apenas polacos, húngaros, eslovacos e lituanos se manifestam mais insatisfeitos relativamente ao funcionamento da democracia nos respectivos países.

Quanto a grandes questões europeias, este Eurobarómetro revela um maior descontentamento e um "olhar mais crítico" dos europeus relativamente União Europeia, o que é explicado, pelos autores do estudo, pelo facto de o mesmo ter sido realizado entre 09 de Maio e 14 de Junho, sob o signo da crise motivada pelos chumbos francês e holandês à Constituição europeia e pelo fracasso nas negociações do quadro orçamental comunitário para 2007/2013.

Ainda assim, os europeus parecem continuar a não questionar nem a sua condição de membros da União Europeia, nem o próprio projecto de integração europeia, e os portugueses são dos que continuam a ter uma imagem mais positiva da UE.

Portugal é o sétimo país, entre os 25, que tem uma imagem mais positiva da UE (56 por cento de opiniões favoráveis, sendo a média europeia de apenas 47 por cento), e o oitavo onde são mais reconhecidos os benefícios que advêm do facto de o país ser Estado- membro (67 por cento, sendo a média europeia de 55 por cento).

Quanto à Constituição europeia - cujo processo se encontra actualmente em "hibernação", por decisão dos líderes europeus na sequência dos "chumbos" nos referendos em França e na Holanda -, uma maioria dos portugueses (59 por cento) continua a manifestar-se favorável, embora se tenha registado uma descida de dois pontos percentuais relativamente à anterior consulta.

Em Portugal, esta consulta foi realizada pela TNS Euroteste, junto de 1.005 pessoas, entre 12 de Maio e 05 de Junho passados.

 

Data de introdução: 2005-07-25



















editorial

TRANSPORTE COLETIVO DE CRIANÇAS

Recentemente, o Governo aprovou e fez publicar o Decreto-Lei nº 57-B/2024, de 24 de Setembro, que prorrogou, até final do ano letivo de 2024-2025, a norma excecional constante do artº 5ºA, 1. da Lei nº 13/20006, de 17 de Abril, com a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A segurança nasce da confiança
A morte de um cidadão em consequência de tiros disparados pela polícia numa madrugada, num bairro da área metropolitana de Lisboa, convoca-nos para uma reflexão sobre...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
No passado dia 17 de outubro assinalou-se, mais uma vez, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Teve início em 1987, quando 100 000 franceses se juntaram na...