CUIDADORES DE PESSOAS IDOSAS DEPENDENTES

Curso online e gratuito é oportunidade de formação para as IPSS

O propósito do curso online para cuidadores de pessoas idosas dependentes, que em Portugal vai para a terceira edição, é o facilitar formação e informação de maneira regulada aos cuidadores familiares para dar os cuidados necessários a pessoas idosas dependentes em a sua casa.
Pretende, pois, formar e dar conhecimento aos cuidadores que têm a responsabilidade de cuidar a pessoas idosas dependentes em situações complexas, com linguagem compreensível com ilustrações simples, sempre a partir da evidência científica.
Mas esta é também uma boa oportunidade para as IPSS promoverem formação dos seus funcionários numa área tão específica e complexa.
“Esse é de facto um dos alcances do curso e quando se colocou a proposta de envolver a CNIS foi precisamente no sentido de ser cada vez mais abrangente e disponibilizar de forma gratuita formação”, afirma Maria João Quintela, presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia, sublinhando: “Esta é uma formação gratuita a todos os níveis e esse foi um dos nossos propósitos. Pensamos que isto possa interessar a outras instituições que queiram divulgar e promover a realização do curso por parte dos seus colaboradores. Este é um curso que serve para pessoas com formação e sem formação, qualquer pessoa pode aceder”.
O curso é gratuito e funciona numa plataforma online. Os inscritos acedem a uma plataforma onde está disponível o material teórico. Não há aulas nem horários e o único prazo a cumprir é o do final, dia 31 de outubro.
Entretanto, os formandos podem descarregar os conteúdos da plataforma e elabora autênticos dossiês.
No final, haverá um questionário de avaliação e um certificado acreditado pelas sociedades portuguesa e espanhola de geriatria e gerontologia.
A formação é apontada a todos os grupos de cuidadores, tenham ou não formação, sejam cuidadores formais ou informais, não havendo requisitos mínimos para a integrar.
De facto, a gerontologia é daquelas áreas, até pela força da longevidade crescente da população, que necessita e está em constante reciclagem de conhecimento, na tentativa de se conseguir prestar os melhores cuidados a quem deles precisa.
“Se há área em que é sempre necessário atualização e formação continua e acesso a novos conceitos é a da gerontologia, do envelhecimento humano, de todas as áreas que lidam com pessoas e que pretendem que elas usufruam de melhor qualidade de cuidados e, ao mesmo tempo, que participem mais na sua saúde e longevidade”, explica Maria João Quintela, acrescentando: “O curso tem também uma vertente prática, com a divulgação de diversas imagens sobre os procedimentos a usar e a evitar. Há toda a intenção de facilitar a aquisição de conhecimentos e melhorar as aptidões das pessoas, algumas já as têm, e contribuir para uma mudança evolutiva de atitudes e de práticas”.
A supervisora da versão portuguesa do curso revela que há também “a intenção de criar outros formadores”, considerando que “os cidadãos que já tenham feito algumas formações nestas áreas podem eles próprios ensinar outros, aos filhos ou à família, mas não só” e “até contribuir para uma evolução muito positiva das próprias instituições que estão empenhadas nessa formação, de modo a que cada vez mais as pessoas cuidadas e os cuidadores sejam parceiros das instituições no sentido de uma evolução conjunta”.
Maria João Quintela destaca a “extraordinária evolução” em termos de adesão, recordando as 700 da primeira edição, numa altura em que a mais de um mês do fecho das mesmas (30 de junho) já conta com 2.300 para a edição 2018.
O curso online para cuidadores de pessoas idosas dependentes é uma iniciativa da Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia a que a congénere portuguesa, juntamente com a Associação Portuguesa de Psicogerontologia (APP), aderiram há três anos, trazendo a formação para Portugal.
“Este é o resultado da grande articulação entre as sociedades de geriatria e gerontologia dos dois países, que nasceu há três anos, com a total disponibilidade da sociedade espanhola”, conta a presidente da APP, referindo o papel da instituição e da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG) na tradução do curso, mas não só.
“Na primeira edição a APP e a SPGG tiveram um papel importante na tradução e a nível técnico. O nosso propósito foi simplificar o processo de aquisição de conhecimentos por parte de quem cuida. Os cuidadores, aqueles que cuidam de outros mais velhos, nomeadamente com dependência, querem muitas vezes cuidar, mas nunca receberam formação para isso. Basta ver que ao longo das nossas vidas em nenhuma altura da nossa formação académica, a não ser nas formações específicas, teve formação de como cuidar do próximo”, sustenta, destacando: “Na verdade temos sentimentos solidários e generosos naturais que se forem acomodados a alguns conhecimentos no cuidar se transformam numa tarefa pela qual muita gente tem desenvolvido um gosto extraordinário”.
Apesar de ter um alcance mais vasto, “este curso dirige-se especialmente àquelas pessoas que prestam cuidados naturais”, ou seja, “os chamados cuidadores informais que são essencialmente ainda os familiares, que são os mais diretos prestadores de cuidados, os vizinhos e voluntários”, argumenta, lembrando que, mesmo assim, o curso está atualmente “a ser muito adotado por profissionais de variadíssimas áreas”.
Por outro lado, com este curso pretende-se também, “porque é muito importante, cuidar do cuidador”, para que ele possa prestar os cuidados da melhor maneira e nas melhores condições para quem está a cuidar mas para ele próprio também.
À semelhança das duas edições anteriores, o curso desdobra-se em dois módulos de conteúdos: um sobre cuidados básicos às pessoas idosas dependentes e um outro sobre cuidados específicos, que inclui um guia de boas práticas.
As inscrições podem ser feitas no sítio da internet da SPGG até ao próximo dia 30 de junho.

 

Data de introdução: 2018-05-18



















editorial

IDENTIDADE E AUTONOMIA DAS IPSS

As IPSS constituem corpos intermédios na organização social, integram a economia social e são autónomas e independentes do Estado por determinação constitucional.

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Eleições Europeias são muito importantes
Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu foi escandaloso o nível de abstenção. O mesmo tem vindo a acontecer nos passados atos eleitorais europeus

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Habitação duradoura – a resposta que falta aos sem abrigo
As pessoas em situação de sem-abrigo na Europa, em 2023 serão cerca de 900 mil, segundo a estimativa da FEANTSA (Federação Europeia das Associações...