Foram temporariamente suspensas visitas a hospitais, lares e prisões na região Norte, onde está internada a grande maioria dos doentes com o novo coronavírus. O objetivo é retardar a evolução do surto.
Entre as medidas de prevenção face ao aumento de casos de Covid-19 em Portugal, anunciadas este sábado à noite pela ministra da Saúde, em conferência de imprensa conjunta com a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, está ainda o encerramento da Escola de Idães, em Felgueiras, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e do edifício onde o curso de História da Universidade do Minho é lecionado. É a primeira vez que são aplicadas medidas deste caráter.
"O encerramento proativo de algumas instituições deve ser implementado numa fase inicial quando o número de casos é ainda reduzido", explicou Marta Temido, detalhando que o fecho de estabelecimentos de ensino e o período durante o qual estarão fechados devem ser avaliados "caso a caso", tendo em conta a situação epidemiológica a níveis regional e nacional.
"Ficam temporariamente suspensas as visitas nos hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte", avançou ainda a governante.
O risco da epidemia do Covid-19 em Portugal será reavaliado nas próximas horas e as medidas anunciadas poderão ser alargadas nos próximos dias, admitiu a ministra da Saúde.
"Dado que se aguardam ainda resultados de casos suspeitos validados em investigação, o risco que levou à determinação destas medidas será reavaliado nas próximas horas, durante o dia de amanhã [domingo]", afirmou Marta Temido.
Segundo a ministra, aquilo que as autoridades de saúde procuraram fazer foi dar um passo em frente em relação aos acontecimentos: "sabemos que para além dos cinco casos importados que temos no país, temos um deles com ligações muito fortes a um 'cluster', um pequeno grupo de doentes diagnosticados".
A ministra adiantou também que, dos contactos dos 412 casos que estão atualmente sob vigilância das autoridades de saúde no país, há mais de 200 que têm "ligação a um destes casos".
"Se o surto evoluir, todos os hospitais do SNS serão ativados"
Garantindo que as autoridades de saúde já identificaram "a capacidade de um conjunto de hospitais" e apontando a existência de unidades de primeira, segunda e terceira linha para dar resposta ao surto, a ministra sublinhou que "se o surto evoluir, todos os hospitais do Sistema Nacional de Saúde serão ativados" para dar resposta à epidemia, "tal como está a acontecer noutros países europeus".
Questionada sobre o número de camas e profissionais disponíveis, Marta Temido respondeu que "a capacidade de resposta irá sendo dinamicamente ajustada" às necessidades, estando prevista a possibilidade de recorrer ao terceiro setor e ao setor privado, "que já manifestaram a sua disponibilidade".
A governante recomendou ainda o adiamento de eventos sociais e referiu que é necessária "proporcionalidade e bom senso" na tomada de medidas.
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