Com o intuito de traçar um retrato da situação das IPSS a nível nacional perante a pandemia do novo coronavírus, fica o testemunho dos responsáveis pelas diversas estruturas intermédias da CNIS.
Assim, aos dirigentes das Uniões Distritais e das federações da área da Deficiência que integram a CNIS foram colocadas duas questões sobre o momento atual.
MANUEL BORGES MACHADO, UDIPSS Vila Real.
1 – Que balanço faz da pandemia nas IPSS do distrito?
"O balanço que poderá ser feito da pandemia no distrito de Vila Real até ao final de abril é, seguramente, muito positivo a nível da resposta dada pelas instituições detentoras de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI). Destaca-se a força de vontade, a dedicação e o sentido de espírito e de bem servir que todos os profissionais das Instituições Particulares de Solidariedade Social tiveram ao longo deste período de constrangimento, no funcionamento diário das várias respostas sociais. No distrito, as IPSS são detentoras de mais de 80 ERPI, com um total de 2.964 utentes, a que acrescem os Lares Residenciais, uma resposta social que por si obriga a um esforço e empenhamento acrescido, dadas as características dos seus utentes portadores de deficiência. Como é do conhecimento geral, o caso de alguns lares a nível nacional, e designadamente em Vila Real, o Lar Nossa Senhora das Dores, foram seguramente situações que vieram trazer à luz do dia algumas lacunas no que respeita ao acompanhamento às ERPI pelo Sistema Nacional de Saúde. A UDIPSS Vila Real tem procurado, desde o início desta pandemia, estar sempre no acompanhamento às instituições, tendo mesmo disponibilizado uma enfermeira em regime de voluntariado. A UDIPSS de Vila Real, até à presente data, apenas tem conhecimento duas ERPI com utentes e colaboradores com Covid-19 positivo, o que em nosso entender demonstra o empenhamento das instituições no cumprimento das medidas de confinamento e autoproteção, quer dos colaboradores quer dos seus utentes. É de realçar o empenhamento de alguns Municípios, nomeadamente dos seus presidentes de Câmara, que desde o primeiro momento disponibilizaram o fornecimento de equipamentos de proteção individual e custearam os testes à Covid-19, quer aos utentes quer aos colaboradores das IPSS. Atendendo ao atual contexto do estado de calamidade, é urgente realizar testes a todos os colaboradores e utentes das IPSS. Não podemos esquecer que a resposta social Serviço Apoio Domiciliário (SAD) é aquela que vai ao encontro das necessidades de grande parte da população idosa, isolada e sem qualquer retaguarda familiar, prestando todo o apoio de modo a que estas pessoas possam fazer o devido confinamento, exigido pela pandemia".
2 – Como perspetiva o futuro próximo?
"Prevendo-se a abertura de algumas respostas sociais, designadamente as da área da infância, as IPSS, mais uma vez, e com a «prata da casa» estão a preparar-se para receber as crianças com a devida segurança, reforçando as medidas de proteção. O desfasamento de horários de refeições, a limpeza sistemática dos objetos e mobiliário, o não cruzamento nos percursos de entrada e saída e a não partilha de colaboradores por diferentes respostas sociais será uma estratégia ousada e crítica que vai obrigar a múltiplos esforços dos colaboradores. A colaboração dos utentes e seus familiares e, sobretudo, o empenho e abnegação das Direções das instituições é fundamental para combater a pandemia da Covid-19".
Não há inqueritos válidos.