De forma sentida, os representantes das IPSS presentes na Assembleia Geral da CNIS observaram um minuto de silêncio por todos os utentes e funcionários das instituições vitimados mortalmente pela Covid-19.
A Reunião Magna, inicialmente agendada para março, mas que devido à pandemia só agora se realizou, decorreu no Centro pastoral Paulo VI, em Fátima, onde foram escrupulosamente seguidas as normas sanitárias, como o uso de máscara e o distanciamento físico.
De salientar o voto favorável por unanimidade à proposta de formalização de uma tomada de posição de repúdio à postura da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Advogados e ainda da bastonária da Ordem dos Enfermeiros.
“Quando disse que era criminoso colocar doentes Covid nos lares, nenhuma destas ordens profissionais me apoiou”, lembrou o presidente da CNIS.
O mote havia sido dado um pouco antes pelo presidente do Conselho Fiscal.
“Temos que nos preparar para a segunda vaga e estamos cientes de que as tribos corporativas deste país se preparam para apontar as instituições como os bodes expiatórios dos males da pandemia”, sustentou Lacerda Pais, defendendo que “há quem queira aligeirar responsabilidades”.
A pandemia Covid-19 acabou por dominar a Assembleia Geral, com o padre Lino Maia, logo na abertura da sua intervenção inicial, sublinhar um elogio às IPSS.
“Andei muito por aí durante a quarentena e nunca dei pelo confinamento de dirigentes e trabalhadores das instituições”, afirmou, acrescentando: “Se não fôssemos nós isto teria sido muito pior, basta ver o que se passou em Espanha. E deixem que vos diga que temo o outubro/novembro”.
De seguida, o líder da CNIS anunciou que o Governo está a preparar uma campanha de vacinação contra a gripe obrigatória nas instituições, para utentes, funcionários e dirigentes.
Por outro lado, e no sentido de melhor prepara as instituições para a eventual segunda vaga, a CNIS constituiu uma equipa de dirigentes e assessores que irá fazer um memorado de toda a legislação relacionada com a pandemia e, igualmente, sobre as orientações emanadas ao longo destes meses pela Direção-Geral da Saúde.
“Às instituições peço que façam esse trabalho de programação do futuro e que revistem os planos de contingência e devem preparar-se em termos Equipamentos de Proteção Individual (EPI)”, alertou, indicando que “haverá novas distribuições de EPI”, deixando um elogio às Uniões Distritais pelo papel no processo de fazer chegar os equipamentos às IPSS: “Nunca até hoje ouvi de uma União Distrital um palavra de recusa em colaborar”.
Também os representantes das instituições presentes quiseram deixar a sua palavra de apreço pelo trabalho desenvolvido por todas as IPSS, apesar dos inúmeros constrangimentos inerentes ao momento que vivemos desde março.
Transversal a quase todas as intervenções dos dirigentes das IPSS foi a reabertura dos Centros de Dia.
Pela voz de muitos desses dirigentes ouviu-se o constante apelo dos utentes dessa resposta social para que os vão buscar a casa. “É uma necessidade urgente”, ouviu-se também.
Em resposta, o padre Lino Maia, que se afirmou “com muito medo”, deixando uma proposta que a Assembleia aceitou: “Vamos pensar na reabertura dos centros de Dia de uma forma faseada, ou seja, primeiro os Centro de Convívio, de seguida reabrir os Centros de Dia que são isolados das outras valências que as instituições possam ter e, por fim, devemos tentar encontrar outros espaços onde a resposta social possa funcionar sem ter contacto com as outras sedeadas nas instituições”.
Referir ainda que a Assembleia Geral arrancou com a apresentação e votação do Relatório do Programa de Ação e das Contas de 2019. Ambos os documentos foram aprovados com apenas três abstenções.
Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)
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