Após longo mandato, liderado por Eduardo Mourinha, só no último ano a UDIPSS Santarém acaba de empossar a terceira Direção. Após o mais disputado ato eleitoral da história da estrutura intermédia da CNIS, com duas listas a atraírem um número recorde de instituições associadas, Mário Machado derrotou a lista adversária, liderada por Sónia Lobato, a anterior presidente da União Distrital das IPSS de Santarém, e dirige agora os destinos da organização.
SOLIDARIEDADE - Disse na tomada de posse que “o processo eleitoral foi complexo”. O que tem perturbado a UDIPSS Santarém nos últimos tempos?
MÁRIO MACHADO - Não consigo dizer, nem estive muito preocupado em saber as circunstâncias que levaram à demissão dos membros quer da primeira Direção quer desta última, em que, penso, apenas a presidente não se demitiu. Não sei os motivos, mas creio que tenha havido alguma questão de personalidade entre os membros da Direção. Há dois elementos na minha Direção que transitam da anterior e eu tive a preocupação de falar com quase todos os elementos da Direção anterior. Procurei não tomar partidos e o que me apercebi era de uma questão de personalidades, de postura e que provocou essa crise de confiança interna. Penso que também poderá ter passado por alguns equívocos na transmissão de mensagens.
Quais os critérios na escolha das pessoas para a sua equipa?
O que me leva a abraçar o desafio é registar uma mensagem que tem a ver com a instabilidade que existe na União, que passa para as associadas… e estamos a ficar mal na fotografia. Mesmo perante a CNIS, eu senti esse desconforto por parte da estrutura, de preocupação por não haver equilíbrio. E foi isso que me motivou, em certa medida, depois, as pessoas que conheço, a CNIS que conheço há muito tempo e também não queria deixar Santarém fora do mapa. Sempre estive muito ligado à UDIPSS, de momento tenho mais alguma disponibilidade e há um conjunto de iniciativas da União, algumas em que já participei, que considero muito válidas e quero dar continuidade.
Quais foram os critérios que seguiu na formação da equipa que agora lidera a União Distrital?
Falei com quase todos os elementos da Direção anterior e achei que esses dois, que já conhecia, eram elementos válidos para a minha equipa. Eu tinha tido um convite da anterior presidente para integrar a lista dela, mas, logo na altura, lhe disse que estava a ponderar apresentar uma lista às eleições, o que lhe comuniquei quando decidi avançar. Depois, procurei que uma lista mais dispersa no território, que abrangesse outros concelhos. O que almejava para esta Direção é que fossem elementos com um pensamento mais contemporâneo, mais moderno, mais fora da caixa, com capacidade de lançar a escada para novos desafios, novos temas, novas questões. Essa foi a minha preocupação na formação da lista para a Direção.
Retenho do que me diz e do que li do seu discurso de tomada de posse a expressão “fora da caixa”. O que pretende neste mandato, para além de apoiar as instituições, é desafia-las para responderem e se organizarem fora da caixa?
Sim, é isso mesmo. Mesmo na altura no desenvolvimento da campanha eleitoral da candidatura, e tivemos um mentor nesse capítulo, que foi o nosso mandatário e que é o engenheiro António Campos, o caminho que fizemos foi o de ouvir as associadas. Iniciámos esse processo na campanha, que era ouvir de viva voz as associadas e sermos o porta-voz dessas preocupações. Neste momento já temos um documento com várias indicações e já decidimos que vamos dar continuidade às sessões bimestrais do webinar «Inove União, refletir com as associadas». É um fórum de troca de ideias, através do qual estamos a alimentar um memorando com as principais preocupações e propostas das associadas. Aliás, já lhe demos seguimento para a Segurança Social ainda era só o documento vindo da campanha eleitoral. Este memorando vai estar sempre disponível para as instituições consultarem e saberem do seu desenvolvimento.
Refere-se a quem o acompanha à frente da UDIPSS como “a equipa Novo Foco”, e qual é esse novo foco?
Esse foi um nome que surgiu espontaneamente. Primeiro falou-se em Novo Rumo, mas declinámos, porque não é um novo rumo que queremos para a União. Nós queríamos era uma redefinição do foco da União, porque nestes últimos meses, por tudo o que já falámos, e ainda houve a pandemia, em que a União esteve bem e à altura, mas talvez pudesse ter feito mais, mas com a instabilidade que se gerou não tinha outro foco que não essa situação interna. Por isso, este vamos reformatar e pensar num novo foco, que é tudo isto de que temos estado a falar. Agora estamos a tentar integrar o nosso programa no Plano de Atividades e no Orçamento que estamos a elaborar para a Assembleia Geral de dia 27 de novembro.
E quais são as prioridades de ação?
Queremos diferenciar-nos na ação, com ações complementares. Ultrapassada a questão do desconforto por parte das associadas, porque tivemos um processo eleitoral intenso, com grande participação e via-se que a União estava desunida, queremos continuar a ouvir as associadas e lançar ações complementares. Vamos mostrar as nossas competências e afirmá-las junto das associadas e demonstrar-lhes que faz sentido esta proposta que nós temos.
Pedro Vasco Oliveira (texto e foto)
Não há inqueritos válidos.