SETEMBRO 2022

FESTA DA SOLIDARIEDADE

1. No dia 24 de setembro próximo, em Viana do Castelo, haverá mais uma Festa da Solidariedade. Nos três dias anteriores a Chama da Solidariedade percorrerá os dez concelhos daquele distrito. Desde 2006, é a XV Festa da Solidariedade, uma iniciativa conjunta da CNIS com as várias Uniões Distritais e Regionais. As duas regiões autónomas e treze distritos já tiveram concorridas e animadas Festas da Solidariedade, faltando agora apenas 5 distritos - falta que será certamente colmatada sequencialmente nos próximos anos. Assim o queiram as respetivas Uniões Distritais com a CNIS.
Com o percurso da Chama da Solidariedade tem-se conseguido envolver Instituições, com os seus utentes e dirigentes, e as comunidades, que, com marchas e outras expressões festivas, ficam irmanadas no ideal da solidariedade.
No convívio, nas representações, nos cânticos e nas atuações cénicas, com a Festa da Solidariedade visa-se celebrar festivamente o ideal do serviço solidário.
Se a Festa da Solidariedade e o percurso da Chama da Solidariedade são realizações conjuntas da CNIS com as respetivas Uniões Distritais, a grande alma destas realizações tem sido e continuará a ser o Dr. Eleutério Alves…

2. Ajudar os que precisam, socorrer os aflitos, sofrer com os que sofrem, chorar com os que choram (talvez mais do que rir com os que riem) é uma cultura que podemos rotular de judaico-cristã, muito assumida e vivida entre os portugueses. Quer vivam os que precisam ali mesmo, ao pé da porta, quer estejam mais distantes: quando num qualquer local avulta uma carência social, logo se multiplicam movimentos na comunidade para criar uma resposta. Abundam as iniciativas solidárias perante azares, catástrofes, desgraças, infortúnios e necessidades. Quantos são os gestos anónimos de comunhão! Quantos, sobretudo, quantas se dedicam voluntariamente a causas e a pessoas! Quão numeroso é o serviço altruísta, com total dádiva e a fazer girar a economia! Quantas são as Instituições de Solidariedade por todo este país!
Para entusiasmar jovens, nada como desfraldar bandeiras solidárias. Para movimentar uma comunidade, nada como seduzi-la para causas solidárias. E, quando o equipamento começa a sair dos alicerces, quantas ofertas anónimas se acumulam para acelerar o dia de abertura do serviço!
Por vezes apetece dizer que os melhores gestos de solidariedade vêm dos mais simples. Talvez antes se deva reconhecer que vêm daqueles que são genuinamente portugueses, que esses são dedicados, empreendedores, generosos e simples no serviço da solidariedade social.
O povo português é solidário. Tanto porque a solidariedade é um daqueles valores que mais sensibiliza, como pelas múltiplas expressões e gestos com que se vai deixando envolver ou que é capaz de conceber, alimentar, sugerir ou favorecer.
Reconheça-se que a solidariedade é uma riqueza que brota do coração português e que está na matriz cultural deste multifacetado povo. Talvez porque o povo vê e constrói a solidariedade como caminho para uma justiça que se anseia e que, algumas vezes, parece ter sido negada.   
As Instituições de Solidariedade são um desses exemplos. Certamente bem expressivo; porém, não o único.

3. Uma festa é símbolo da Unidade na diversidade, pólo aglutinador de Projectos, de Sonhos, de Olhares e de Alegrias partilhadas porque alimentadas na Esperança.
Neste ano, a Festa da Solidariedade vai ser no coração do Minho. No Minho conhecido como “jardim de Portugal” que, no dizer de José Augusto Vieira, é “Berço onde se embalou a nacionalidade portuguesa” e que tem “o tabernáculo sagrado das nossas tradições étnicas, subversivo e revolucionário nos momentos das grandes crises nacionais, cultivador da terra na tranquilidade bucólica da paz”.
São muitas as Instituições que ali, em pleno Minho, atenuam eventuais efeitos da indiferença, proclamando que não se resignam e que são semente de uma esperança que não desfalece e que querem afirmar a sua disponibilidade para dar um melhor sentido à vida, uma maior serenidade, um melhor bem-estar e uma maior felicidade.
São muitas as Instituições que, naqueles dias, ali vão partilhar a comunhão: todas elas querem ser um olhar que atraia novos olhares. Das pessoas, da comunidade e do Estado.
Umas e outras, as Instituições de lá e as Instituições que lá vão, todas irmanadas, reclamam um olhar que faça renascer sonhos com projectos e esperanças com medidas corajosas e gestos de solidariedade.

 

Data de introdução: 2022-09-08



















editorial

NOVO CICLO E SECTOR SOCIAL SOLIDÁRIO

Pode não ser perfeito, mas nunca se encontrou nem certamente se encontrará melhor sistema do que aquele que dá a todas as cidadãs e a todos os cidadãos a oportunidade de se pronunciarem sobre o que querem para o seu próprio país e...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Em que estamos a falhar?
Evito fazer análise política nesta coluna, que entendo ser um espaço desenhado para a discussão de políticas públicas. Mas não há como contornar o...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Criação de trabalho digno: um grande desafio à próxima legislatura
Enquanto escrevo este texto, está a decorrer o ato eleitoral. Como é óbvio, não sei qual o partido vencedor, nem quem assumirá o governo da nação e os...