“Juntos vamos confirmar/Que é preciso dar a mão/Pois a força é feita de união/Vamos acender e acesa manter/A Chama da unidade/E da Solidariedade”.
Foi com esta mensagem que a Chama da Solidariedade foi recebida, esta segunda-feira, em Sousel, localidade que acolheu o facho solidário no arranque do périplo que, até sexta-feira, o levará aos 15 concelhos do distrito de Portalegre. A capital de distrito será anfitriã da Festa da Solidariedade no sábado (dia 14), momento em que terminará a 16ª edição do evento que pretende dar maior visibilidade às IPSS e ao trabalho que diariamente desenvolvem em prol dos que cuidam, sejam crianças, idosos, deficientes ou pessoas desfavorecidas.
Assim, arrancou mais uma edição da Festa da Solidariedade com o início da viagem da flama solidária das IPSS pelo distrito de Portalegre. Constituído por 15 concelhos e sendo um dos maiores distritos de Portugal, Portalegre é o distrito que mais população perdeu, segundo o Censos de 2021, registando uma quebra de 15% de pessoas desde 2011.
No entanto, com uma presença muito forte de IPSS, a coesão social vai sendo assegurada apesar de ser um território vasto, pouco populoso e, especialmente, muito envelhecido. E sendo o grande propósito da Chama da Solidariedade dar visibilidade ao bom trabalho que as instituições fazem no terreno, a viagem pelo distrito de Portalegre é mais do que oportuna e importante.
Em Sousel, o edil Manuel Valério lembrou que “as IPSS passam dificuldades e deviam ser autossustentáveis”, por isso, “dentro das poucas possibilidades da autarquia”, a Câmara Municipal vai apoiar as instituições do concelho na compra de veículos elétricos, cobrindo a diferença entre os 25 mil euros patrocinados pelo programa de financiamento europeu e o valor da viatura, “a todas as instituições que se tenham candidato” ao mesmo.
Por seu turno, João Carlos Laranjo, presidente da UDIPSS Portalegre, sublinhou a intenção da União é “dignificar o trabalho feito pelas instituições do distrito”, daí ter-se disponibilizado para acolher o evento, lançando um desafio às muitas crianças, idosos e jovens que marcaram presença junto ao pavilhão municipal de Sousel, e que repetiu nas duas visitas seguintes da Chama, para que nas instituições refletissem sobre o conceito da Solidariedade e, em especial, os mais novinhos descobrissem, em ambiente de sala, que descobrissem o que é a solidariedade com a ajuda dos seus professores.
Após um momento de animação musical e alguns momentos de dança, a flama solidária rumou até Avis.
Desbravados vários quilómetros de estrada ladeados por olival e um calor intensíssimo, o facho da solidariedade “iluminou” o largo fronteiro aos paços do concelho, onde um grupo da Santa Casa da Misericórdia de Avis já animava as hostes com os seus cantares tradicionais.
“Juntar a comunidade em torno do conceito da solidariedade é importante e este evento tem um forte e particular simbolismo pelo que as IPSS representam e pela visibilidade que lhes dá”, afirmou Nuno Silva, presidente da Câmara Municipal de Avis, antes de mais um momento musical, perante o olhar (e ouvido) atento das crianças de Avis ali presentes.
Seguiu-se mais uma viagem, de cerca de meia hora, até Ponte de Sor. Ali, a festa durava desde o início da tarde, com a presença de muitos utentes de valências da infância à terceira idade, não esquecendo aquelas pessoas especiais que tanto colorido conseguem emprestar às vidas dos que não são… tão especiais.
“Temos que mostrar o bem que se faz nas nossas instituições”, começou por dizer Eleutério Alves, vice-presidente da CNIS e grande impulsionador da Festa e Chama da Solidariedade, perante uma plateia lotada e entusiástica, rematando: “Para que se perceba qual é o trabalho que as instituições fazem em prol das populações”.
Hugo Hilário, edil de Ponte de Sor, corroborou a ideia do «vice» da CNIS, sustentando que o Município se sente “reconhecido pela excelência dos equipamentos sociais do concelho, mas principalmente pelo desempenho das instituições sociais do concelho”, deixando um desafio: “Vamos aproveitar estes momentos para nos sentirmos mais felizes”.
A Chama da Solidariedade segue, esta terça-feira, pelos concelhos de Fronteira, Alter do Chão e Monforte.
Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)
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