O presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade recebeu uma delegação dos sindicatos que convocaram a greve nas IPSS para este dia 22 e a manifestação que se concentrou à porta da sede da CNIS, no Porto, pela manhã.
No final do encontro, o padre Lino Maia reiterou o que havia dito aos representantes dos trabalhadores, ou seja, que não vale a pena negociar antes de haver um Compromisso de Cooperação assinado com o governo, que se espera acontecer na primeira quinzena de fevereiro.
“Sem o Compromisso de Cooperação assinado, não nos podemos comprometer com nada. As instituições vão já este mês atualizar o salário mínimo, mas é preciso conhecer a atualização da cooperação”, sustentou o presidente da CNIS, lembrando que, em 2024, “cerca de 50% das instituições apresentaram resultados negativos”.
“Em Portugal, os salários são baixo, ponto. As instituições querem pagar mais e as instituições reconhecem que os trabalhadores merecem mais, até porque sem os trabalhadores as instituições não funcionam, mas, lembro, os salários são 70% dos custos das instituições”.
Questionado se será possível ir de encontro à reivindicação dos sindicatos de um aumento de 150 euros para todos os trabalhadores das IPSS, o líder da CNIS não confirmou que fosse esse o valor em cima da mesa por parte dos sindicatos, mas disse que tal valor é “impossível” de acompanhar.
O padre Lino Maia recordou que a comparticipação do Estado está, neste momento, “em média, nos 38%” e o que se pretende é chegar aos 50%.
“Sinto que há vontade por parte do Governo, mas faltam ainda 12%.”, afirmou, acrescentando: “O Grupo de Trabalho já chegou a conclusões, não só sobre os custos de 2024, como também dos custos para 2025”.
A greve foi convocada pelas federações dos Sindicatos do Comércio e Serviços, dos Professores (Fenprof) e dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, assim como pelos sindicatos dos Enfermeiros Portugueses, dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos, dos Fisioterapeutas Portugueses e dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social.
Por seu turno, a coordenadora da Federação dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços, Ana Paula Quintela, afirmou que os trabalhadores não aceitam o argumento da CNIS relativamente aos atrasos por parte do Governo.
“Se há atrasos nas negociações com o Governo, relativamente aos acordos de cooperação, é o dever da CNIS fazer pressão para que isso não aconteça, para que, em janeiro, já haja uma perspetiva daquilo que serão os aumentos dos salários para os trabalhadores deste sector”, sustentou a sindicalista.
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