Com as eleições legislativas, autárquicas e presidenciais à porta, nunca é demais lembrar a importância do ato eleitoral, até porque a abstenção tem vindo a aumentar em Portugal como temos assistido nas várias eleições realizadas nos últimos anos.
As legislativas estão marcadas para o dia 18 de maio e é delas que sairão os deputados para a Assembleia da República e, consequentemente, para a formação do novo Governo e, talvez não fosse necessário invocar mais nenhuma razão para ir às urnas, mas em Portugal os elevados índices de abstenção mostram o contrário. As eleições autárquicas portuguesas de 2025 serão realizadas em data a marcar pelo Governo, entre 22 de setembro e 14 de outubro. Previsivelmente, as presidenciais serão em janeiro próximo.
Nas últimas eleições legislativas, realizadas em março de 2024, 33,8% dos eleitores não foram votar, enquanto nas últimas autárquicas (setembro de 2021) a abstenção ultrapassou os 46% e nas presidenciais (janeiro de 2021) a abstenção atingiu os 61% .
Se olharmos para as eleições legislativas por sufrágio universal direto em Portugal, a taxa de abstenção, em 1976, foi de aproximadamente 16%, enquanto para as autárquicas, no mesmo ano, a abstenção rondou os 35% e para as presidenciais foi de 25%. O afastamento dos portugueses das urnas acentuou-se a partir dos anos 90 e é comum em todo o tipo de eleições, ou seja, verifica-se tanto nas presidenciais como nas autárquicas e legislativas. Também nas europeias, mas estas, em princípio, serão apenas em 2029.
Votar é a única forma de mostrar o rumo que se deseja para a sociedade.
Depois do fervor do início do regime democrático, estarão os portugueses a considerar a democracia como um dado adquirido? Há quem diga que falta interesse político aos cidadãos nacionais, outros atribuem a culpa aos políticos e à pouca confiança que emanam. Certo é que nenhuma desculpa é plausível e, enquanto os políticos vêm da sociedade, o exercício da política é necessário e é uma ciência nobre e enobrecedora.
Votar é a única forma de mostrar o rumo que se deseja para a sociedade. E numa democracia jovem, como a nossa, convém lembrar que foi preciso lutar para que o direito ao voto se tornasse uma realidade, agora, desperdiçada por quem não se desloca aos locais de voto.
É importante votar…
Votar…
Lino Maia
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