A partilha de informação remonta à origem latina de comunicar, que também apela à participação, sendo a comunicação um processo de tornar comum algo entre as pessoas, a troca de experiências e de informações, criando algo que todos possam partilhar. É também um vetor de união, de pertença de todos. Do latim “communicare”, a palavra comunicar acaba por traduzir-se no dividir alguma coisa com outrem.
Por esse significado, o Jornal Solidariedade é uma forma de “communicare”, um processo de chegar à nossa família institucional, a todos os que concorrem igualmente para o bem dos outros, que as Instituições de Solidariedade apoiam e cuidam.
Mas hoje os processos de comunicação tornaram-se muito rápidos, com ferramentas tecnológicas que permitem no momento estar a par de tudo ou quase tudo, em qualquer parte. E que trouxeram igualmente o aparecimento de novos riscos, como as falsas notícias, a calúnia fácil ou o aproveitamento abusivo de imagem. A comunicação é utilizada para difundir informação, mas também para dividir, criar conflitos, influenciar para o bem e para o mal. Ultrapassou a tradução da liberdade de expressão, para se tornar uma arma de expressão. E tornou-se igualmente mais exigente, requerendo adaptações e múltiplas visões da realidade, de forma a ser mais bem entendida e compreendida essa mesma realidade.
Também a própria comunicação tem que ter suportes financeiros, que permitam a sustentabilidade, a independência de pensamento, no fundo, a liberdade de comunicar e de partilhar, mas olhando igualmente para a relação custo/benefício.
Torna-se, pois, necessário acompanhar o tempo, sem deixar que esse tempo se mantenha um tempo saudável e construtivo. Para tudo isto, é necessária mão e palavra humana, bens escassos nos dias de hoje, de que nos queixamos todos em todos os sectores, pese embora a disponibilidade crescente de conhecimento que urge cada vez mais partilhar em tempo.
É assim que a CNIS decidiu olhar a fundo os seus processos de comunicação e proceder à incorporação de um olhar crítico de melhoria positiva de acompanhamento e segurança dos seus diversos canais de expressão social e institucional.
Para tal, todos os contributos são bem-vindos, com uma mensagem especial de pedido de colaboração e de visibilidade da palavra feminina, aliás a maior participação de trabalhadores nas IPSS.
Estas incumbências dizem respeito a todos, para cumprir a motivação da esperança, promover o sentimento de pertença e aprofundar o conhecimento do que as Instituições Particulares de Solidariedade Social são e relevar os contributos de todos os que nelas participam.
Um processo que se quer participativo, livre, mas também cada vez mais responsável. Se comunicar é tornar comum, é partilhar, é levar a todos o que todos criam, e tornar mais visível e partilhável o conhecimento do Sector, então só há uma forma de unir e ver. Participar
Maria João Quintela
Vogal da Direção da CNIS
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