Dia 15 de Setembro, a Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (
ADFP) de Miranda do Corvo inaugurou uma Comunidade de Inserção.
Esta estrutura, a funcionar no Bloco Habitacional do Cinema, é constituída por 5 apartamentos de tipologia T3, com uma área de 860m2, tendo a sua construção e equipamento importado em 400.000€ (quatrocentos mil euros).
Este edifício encontra-se equipado por uma placa elevatória, concebida para ajudar na deslocação das pessoas com dificuldades motoras.
Presentemente, coabitam no edifício 20 cidadãos portadores de vários tipos de deficiência – motora, mental e neurológica.
Na mesma ocasião realizou-se a cerimónia de assinatura do acordo referente à Unidade de Vida Apoiada, celebrado entre a ADFP e a Segurança Social.
Esta unidade ficará instalada em dois dos referidos apartamentos, destinando-se a apoiar dez doentes mentais crónicos, encaminhados por Instituições Psiquiátricas, nomeadamente pela Clínica de Psiquiatria dos Hospitais de Coimbra.
Tratar-se-á de jovens e adultos de idade superior a 18 anos, com doença psiquiátrica grave estabilizada, tendencialmente crónica, apresentando reduzida capacidade relacional e de integração social, frequentes dificuldades na estruturação das actividades da vida diária e na manutenção de espaço habitacional, bem como no exercício profissional.
Apesar dos responsáveis da ADFP considerarem que o meio ambiente ideal para a integração psicossocial do doente mental é o seio familiar, existe a consciência de que, por vezes, as famílias são obrigadas a suportar – praticamente sem mais ajuda do que a dos fármacos – todo o peso de tratamento dos doentes mentais, em virtude da inexistência de estruturas para a sua ocupação útil, nem de qualquer garantia de que a sua sobrevivência com dignidade será suportada caso a família lhe falte.
"Foi para responder a situações deste género que a ADFP criou esta Unidade Residencial. Ao permitir aos doentes que ali permaneçam temporariamente, a ADFP está ao mesmo tempo a facultar às famílias a recuperação necessária das condições físicas e psicológicas que permitam recebê-los com dignidade" - lê-se na nota informativa divulgada por aquela IPSS..
A ADFP contempla ainda a possibilidade de acolher permanentemente estes doentes, apenas quando se verifique não terem as famílias condições para os acolher.
Concluída que esteja a construção da nova Unidade residencial da ADFP, é intenção da IPSS alargar este projecto a imigrantes que vivam em condições precárias e com problemas da mais variada índole, a cidadãos sem-abrigo ou muito carenciados.
No que reporta ao financiamento, os equipamentos da parte residencial do edifício foram inteiramente suportadas pela ADFP. Quanto ao funcionamento da Comunidade de Inserção, a Segurança Social de Coimbra assegura uma comparticipação mensal, de acordo com a legislação em vigor para instituições deste género.
Data de introdução: 2004-10-21