As mulheres da região de Elvas poderão passar a ter os seus filhos na maternidade de Badajoz, segundo uma hipótese que está a ser analisada pelos responsáveis do conselho de administração dos hospitais de Portalegre, de Elvas e daquela cidade espanhola. A concretizar-se a intenção, admite-se o encerramento da maternidade de Elvas.
O presidente do conselho de administração dos hospitais de Portalegre e de Elvas, Luís Ribeiro, afirmou, conforme noticia o Público, que se trata de "uma hipótese que está a ser estudada, entre várias opções".
Luís Ribeiro confirmou ainda que existem já contactos com responsáveis do Hospital Infanta Cristina, de Badajoz, e que, a confirmar-se esta possibilidade, a Maternidade Mariana Martins, em Elvas, encerrará as suas portas.
"Não se tira nada à população sem lhes dar algo em troca e o que se pretende oferecer é um serviço melhor e com mais qualidade, onde os bebés nasçam bem do ponto de vista técnico, e a hipótese de Badajoz favorece as mulheres da região", sustentou o responsável.
Actualmente, as mulheres do concelho de Elvas e das regiões limítrofes da raia têm habitualmente os filhos na maternidade de Elvas. No entanto, nos últimos tempos tem aumentado também o número de mulheres da região de Elvas que optam por dar à luz em Badajoz, recorrendo sobretudo a clínicas privadas, através de seguros de saúde.
Para Luís Ribeiro, as mulheres portuguesas do interior "têm o direito a fazer os partos em condições idênticas às de Lisboa", considerando indiferente se um bebé nasce em Elvas ou Badajoz. "Se for filho de portugueses, a criança é portuguesa", argumentou.
Luís Ribeiro sublinha que, para já, "nada está ainda resolvido", sendo a decisão final da competência do Ministério da Saúde, através da Administração Regional de Saúde do Alentejo. Para a concretização da medida, será também necessário um acordo entre os ministérios da Saúde de Portugal e de Espanha.
Com doze médicos obstetras, as maternidades dos hospitais de Portalegre e Elvas registam anualmente cerca de 700 partos, uma média de 60 por mês.
No passado dia 5 de Dezembro, o Jornal de Notícias avançou que a Direcção-Geral de Saúde, alegando a falta de recursos humanos para o encerramento de maternidades, tinha já elaborado uma lista das primeiras seis urgências de obstetrícia a fechar. Entre elas estava a de Elvas, que realiza menos de 200 partos por ano.
Na altura, o presidente da Câmara de Elvas, Rondão Almeida, assegurou que a maternidade da cidade não iria fechar.
Data de introdução: 2006-02-20