Indiscutivelmente, o anúncio do mágico número 333, medidas apresentadas por José Sócrates no âmbito do programa Simplex, foi a notícia/sensação da temporada.
A exposição do programa foi feita com pompa e circunstância e, segundo rezam as crónicas, para o governo chegar ao total de 333, algumas medidas foram apresentadas mais de uma vez, mas ordenadas em ministérios diferentes.
Os profissionais dos efeitos que o marketing político é capaz de criar devem ter sido os autores de tão peregrina ideia. Só não se lembraram de uma regra da matemática simples: 3, mais 3, mais 3 dá nove; e noves fora ….NADA!
Esperemos que não seja esse o resultado do Simplex.
Há muito tempo, muita gente insistia na urgência em criar condições para mais e melhor investimento e para facilitar a vida dos cidadãos, reduzindo-se os designados "custos de contexto", forma elegante de se referir ao palavrão "burocracia".
Embora seja difícil pedir a um Estado laico que faça o "milagre" da morte à burocracia, é de saudar a determinação com que o primeiro-ministro tem enfrentado interesses instalados e procedimentos administrativos anquilosados!
Oxalá se entregue a uma nova geração de servidores do Estado a gestão das ditas 333 medidas, na expectativa de, finalmente vermos respeitados os nossos direitos de cidadania.
Como S. Tomé, vamos esperar para ver e ver para crer. Já agora: que é feito dos 150 mil postos de trabalho que foram anunciados em bombástica promessa eleitoral e que ninguém consegue vislumbrar?
Talvez não fosse má ideia associar estes 150 mil ao número 333!
Os portugueses agradeciam.
Data de introdução: 2006-04-06