Cerca de 80% dos centros de Actividades de Tempos Livres (ATL) vão funcionar este ano durante todos os períodos de férias para compensar uma eventual diminuição de alunos devido ao prolongamento de horário das escolas.
De acordo com o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), o funcionamento em permanência é um dos novos serviços disponibilizados este ano lectivo pelos centros de ATL.
Temendo uma diminuição do número de crianças em função do prolongamento de horário das escolas do primeiro ciclo, obrigadas a funcionar mais duas horas diárias, até às 17:30, as instituições particulares de solidariedade social (IPSS), que gerem 80% dos ATL, readaptaram a oferta de serviços.
Além de garantirem actividades durante os períodos de férias escolares, incluindo no mês de Agosto, os cerca de 1.800 centros geridos por estas instituições vão também possibilitar a ocupação das crianças antes do início das aulas, a partir das 07:30, e depois do período de actividades extracurriculares, entre as 17:30 e as 19:30.
«O nosso grande receio era ter de despedir pessoal em função do prolongamento de horário das escolas, mas como os nossos serviços foram readaptados não se registou, no geral, uma quebra significativa [do número de inscrições]», disse à Lusa o responsável da CNIS.
Algumas das novas modalidades que vão arrancar este ano não estavam pre vistas em termos de financiamento público, pelo que a readaptação da oferta dos ATL obrigou a um novo acordo entre as instituições de solidariedade e o Ministério do Trabalho e da Segurança Social.
«Com o acordo celebrado no final de Julho ficaram definidos os novos serviços e houve um aumento do financiamento este ano, de cerca de 2,9%», adiantou o padre Lino Maia, considerando que assim foi possível evitar «o colapso dos ATL e o despedimento de muitos funcionários».
Apesar de não dispor ainda de dados precisos relativamente ao número de inscrições em todo o país, a CNIS adianta que houve uma diminuição em algumas zonas, sobretudo no distrito do Porto, registando-se o encerramento de três centros.
No entanto, não houve, no geral, grandes oscilações e «a procura até aumentou na zona da Grande Lisboa, devido à abertura dos ATL ao segundo ciclo», uma nova modalidade que ainda não é muito significativa a nível nacional, «devendo registar um crescimento progressivo no próximo ano».
Fonte: Diário Digital / Lusa
Data de introdução: 2006-09-11