SEGURANÇA SOCIAL

Assinado o acordo para a reforma da Segurança Social

O acordo de concertação social para a reforma da Segurança Social levou José Sócrates ao Centro Cultural de Belém para assinar o documento que não tem nenhuma rubrica dos dirigentes da central sindical CGTP-IN. Além de José Sócrates, assinaram o acordo os presidentes das confederações patronais da Agricultura (CAP), João Machado, do Comércio (CCP), José António Silva, e do Turismo (CTP), Atílio Forte, o secretário-geral da UGT, João Proença, e o vice-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa Heitor Salgueiro. Na plateia, esteve também presente o secretário-geral da CGPT- IN, Carvalho da Silva, que não assinou o acordo de concertação social, mas que, mesmo assim, ouviu Sócrates saudar a central sindical "pelo contributo que deu às negociações" ao longo de cinco meses.

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou que a reforma da Segurança Social, acordada em sede de concertação social, responde "pela primeira vez" de forma coerente, sensata e sustentável ao problema do envelhecimento da população em Portugal. "Pela primeira vez, estamos perante uma reforma que responde de forma coerente, sensata e sustentável ao problema do envelhecimento da população portuguesa", através da introdução do "factor esperança de vida" no cálculo das pensões e na idade da reforma. "Este acordo dá expressão à reforma mais ambiciosa e profunda no sistema público de segurança social. O país percebe que se trata de uma reforma profunda, urgente e inadiável", sustentou o primeiro-ministro. José Sócrates considerou que a proposta do Governo "visa salvar a segurança social, não apenas no curto prazo, mas também a médio e a longo prazo", porque "tem alcance estratégico".

Sócrates referiu a introdução de medidas para a equiparação entre os sistemas público e privado da segurança social (acabando alguns regimes especiais) e a contagem da totalidade de toda a carreira contributiva para o cálculo das pensões. Segundo o primeiro-ministro, por esta via, terminam "aproveitamentos e as gestões oportunistas" de algumas carreiras contributivas". "As actualizações das pensões deixam de estar sujeitas aos ciclos eleitorais do país, estabilizando-se os aumentos em função da riqueza nacional", apontou.

De acordo com o primeiro-ministro, a reforma teve como objectivo cimeiro "salvar o sistema público de segurança social e defender um conjunto de valores éticos e morais, tendo em vista o reforço da coesão nacional". "Esta reforma visou defender os que agora entram no mercado de trabalho e querem ter daqui a 40 anos a sua reforma, mas também teve como objectivo defender o nosso sistema solidário e universal", disse.

Sem nunca se referir directamente ao projecto de reforma da segurança social preconizada pelo PSD, Sócrates recusou a perspectiva de introduzir uma revisão com uma lógica de "deixar cada cidadão cada um por si". "Tenho a certeza que a comunidade nacional não quer uma segurança social com uma lógica de cada um por si. O nosso sistema público é um dos pilares do
Estado social, que está previsto na Constituição da República", argumentou.

Entretanto o PSD voltou a criticar a reforma da Segurança Social do Governo, considerando que se limita a ser um "remendo" do sistema actual e insistindo na necessidade de mudar de modelo com base num "consenso político alargado". "Mudar de modelo e fazê-lo na base de um consenso político alargado é a solução. A única capaz de dar confiança e segurança aos portugueses", afirmou o vice-presidente do PSD Luís Pais Antunes, durante a apresentação da proposta social-democrata para a reforma da Segurança Social.

10.10.2006

 

Data de introdução: 2006-10-11



















editorial

O COMPROMISSO DE COOPERAÇÃO: SAÚDE

De acordo com o previsto no Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, o Ministério da Saúde “garante que os profissionais de saúde dos agrupamentos de centros de saúde asseguram a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Imigração e desenvolvimento
As migrações não são um fenómeno novo na história global, assim como na do nosso país, desde os seus primórdios. Nem sequer se trata de uma realidade...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Portugal está sem Estratégia para a Integração da Comunidade Cigana
No mês de junho Portugal foi visitado por uma delegação da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância do Conselho da Europa, que se debruçou, sobre a...