O ministro da Administração Interna, António Costa, desafiou a sociedade civil a mobilizar-se para criar em Portugal um centro de acolhimento de refugiados especialmente destinado às crianças. "Apelo à sociedade civil para que seja possível desenvolver a criação de um novo centro de acolhimento na zona norte, especialmente vocacionado para crianças refugiadas", disse o ministro na sessão de abertura do VII Congresso Internacional do Centro Português para os Refugiados. Portugal tem um centro de acolhimento para refugiados, na Bobadela (Loures), mas não tem nenhum destino a crianças.
António Costa disse que "Portugal tem um número de refugiados muito baixo, comparativamente aos outros países da União Europeia e deve criar condições para acolher mais refugiados". "No norte do país devíamos ter também um novo centro de acolhimento de refugiados, vocacionado para crianças refugiadas", defendeu. De acordo com o ministro, "hoje em dia há muitas crianças nessas condições", que são órfãs, foram abandonadas, têm os pais presos ou que não têm condições para cuidar delas. "Só em Espanha e em Itália estão referenciadas muitas crianças nestas condições", acrescentou.
António Costa considera que o novo centro "não deve ser uma estrutura do Estado, mas sim da sociedade civil, na qual o Estado participa como parceiro", à semelhança do que sucede com o Centro Português para os Refugiados (CPR).
A presidente do Conselho Português para os Refugiados mostrou-se "entusiasmada" com o desafio lançado pelo ministro e garantiu que o CPR "vai agarrar a ideia". "É particularmente importante tratar do problema das crianças desacompanhadas. Temos uma representante no Separated Children que tem muita experiência nestas questões e foi com particular prazer que ouvi este repto para que Portugal tenha um centro vocacionado para as crianças", afirmou Teresa Tito Morais.
Em todo o mundo há cerca de 20 milhões de refugiados, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
29.11.2206
Data de introdução: 2006-11-29