JUVENTUDE

Jovens mais dependentes dos pais e com profissões menos qualificadas

Os jovens estão hoje dependentes dos pais até mais tarde e a maior parte ocupa profissões pouco qualificadas, apesar do aparecimento de um novo grupo com cargos de chefia por ter escolarização elevada, revela o estudo oficial "A condição juvenil portuguesa na viragem do milénio", encomendado pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e elaborado por sociólogos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O trabalho analisa a população juvenil dos 15 aos 29 anos através do cruzamento de dados oficiais obtidos entre 1990 e 2005.

O estudo salienta "a progressiva intensificação da dependência familiar entre os mais jovens", fenómeno que atribui ao prolongamento da escolarização e ao retardamento da inserção profissional, salientando que a taxa de emprego cresce nos jovens com idades entre os 25 e os 29 anos, com uma "tendência de aproximação da taxa de actividade feminina à taxa masculina".
A subida das taxas de desemprego juvenis "atinge contornos preocupantes" e afecta mais as mulheres do que os homens, salienta o relatório. O movimento de escolarização crescente tem um efeito perverso, com um assinalável aumento na última década do desemprego entre jovens com habilitações superiores, que passou de cinco por cento em 1991 para 21 por cento em 2001, embora os jovens com menos qualificaçöes escolares continuem a ser os mais vulneráveis à situaçäo de desemprego.
O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira disse que as causas do prolongamento da dependência dos jovens têm duas causas: "uma, positiva, a do prolongamento da vida escolar,que lhes traz maiores possibilidades de inserção no mercado de trabalho; outra,negativa, a da dificuldade de entrada nesse mercado e no acesso à habitação".

O governante diz que a falta de qualificações é um drama actual, sendo que há ainda em Portugal 485 mil jovens no mercado de trabalho que não completaram o secundário. Na população activa apenas 25 por cento completou o ensino secundário, enquanto nos países desenvolvidos esse número é da ordem dos 70 por cento.
O Governo “está empenhado em responder aos problemas dos jovens portugueses" e, segundo o ministro, “vai criar uma comissão inter-ministerial para acompanhar e coordenar a execução do Programa Nacional de Juventude". Pedro Silva Pereira falava na sessão de encerramento do Programa Nacional da Juventude, que decorreu na Universidade do Minho, em Braga.

 

Data de introdução: 2006-12-07



















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