CRIANÇAS EM RISCO

Programa informático para gerir processos

As comissões de protecçäo de crianças em risco deverão ter a funcionar, no primeiro semestre de 2007, um programa informático que permitirá trocar informações e facilitar a gestão dos processos. Um jurista da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR) explicou à agência Lusa que este programa informático "permitirá saber quantas crianças estão a ser acompanhadas e em que comissões, quantas pessoas estão a trabalhar nas referidas comissões, avaliar a qualidade do seu trabalho, saber o tempo que cada processo demora a concluir e fazer relatórios periódicos".

"O programa vai facilitar a troca de informações entre os técnicos das diversas comissões e consequentemente uma maior protecção das crianças em risco e servirá para fazer a gestão processual dos diversos casos", referiu. O novo sistema permitirá que o trabalho seja agilizado através da informatização de registos, passando a haver uma maior proximidade entre a comissão nacional e as comissões de protecção espalhadas pelo país.

O programa, que já foi adjudicado, está a ser concebido por iniciativa da CNPCJR e ficará alojado informaticamente no Instituto de Informática e Estatística da Solidariedade Social, devendo estar concluído no primeiro semestre de 2007.

O presidente do Instituto de Segurança Social, Edmundo Martinho, explicou que com a entrada em vigor deste novo sistema informático, casos como o de Monçäo, em que uma menina de dois anos morreu, terão uma vigilância mais apertada porque qualquer comissão pode acompanhar o percurso da crianças em território nacional.

De acordo com o responsável, actualmente, nos casos em que as famílias mudam para uma região fora da alçada da comissão que sinalizou o caso, as restantes estruturas podem perder o rasto a esta criança.

Com a entrada em funcionamento deste sistema estas situações ficarão cobertas porque "assim que é introduzido o nome da criança no sistema é possível ver todas as sinalizações", afirmou. "Neste caso concreto da menina de dois anos que morreu em Monção, se a comissão de protecção de crianças de Viseu soubesse que a família ia para Monção teria avisado a sua congénere", explicou.

Entretanto, o presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, juiz-conselheiro Armando Leandro, pediu uma auditoria, como carácter urgente, à Procuradoria Geral da República para auditar a actuação dos serviços que estiveram envolvidos no acompanhamento da família da criança de Monção.

Um relatório do Instituto de Segurança Social divulgado em Outubro revelou que a negligência foi em 2005 a principal causa de acolhimento de crianças e jovens em risco, seguida dos maus-tratos físicos ou psicológicos.

Segundo os últimos dados da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, as 269 comissões de menores espalhadas pelo país seguiram em 2005 um total de 15.051 casos.

O relatório anual da Comissão Nacional revelou que a maior parte dos casos sinalizados correspondem a situações de negligência pela família e absentismo escolar.

31.12.2006

 

Data de introdução: 2006-12-31



















editorial

O COMPROMISSO DE COOPERAÇÃO: SAÚDE

De acordo com o previsto no Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, o Ministério da Saúde “garante que os profissionais de saúde dos agrupamentos de centros de saúde asseguram a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Imigração e desenvolvimento
As migrações não são um fenómeno novo na história global, assim como na do nosso país, desde os seus primórdios. Nem sequer se trata de uma realidade...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Portugal está sem Estratégia para a Integração da Comunidade Cigana
No mês de junho Portugal foi visitado por uma delegação da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância do Conselho da Europa, que se debruçou, sobre a...