ESTÉTICA OU ÉTICA?

As transformações que vão acontecendo em cadeia e a altíssima velocidade nas sociedades, sobretudo nas sociedades europeias, constituem um desafio permanente e exigente à nossa capacidade de percepção e interiorização das consequências que tais transformações consigo transportam.

Em face de evoluções de mentalidades, costumes, valores, comportamentos, atitudes que, mais por aqui mais por ali, vão influenciando o nosso ser e agir pessoal, familiar, comunitário, aos mais variados níveis, há uns que se acomodam e acham tudo normal e outros que resistem a ponto de bloquearem qualquer mudança, com o pretexto de que os valores são eternos e deverão preservados de modernices, custe o que custar.

Mas há ainda uma terceira categoria que, sem preconceitos, se abre às mudanças, tenta compreendê-las e interpretá-las e, com sentido crítico e de forma esclarecida, incorpora algumas dessas transformações no seu quotidiano e nos estilos de vida da sua família, excluindo outras que, por informação e formação, não se adequam à sua matriz axiológica nem à sua identidade cultural, social, humana e ética.

Depois, não faltam também uns “pseudo- ideólogos” encartados que desatam a classificar uns de progressistas e outros de conservadores ou reaccionários, só porque se dão ao luxo de exercer a sua liberdade e fazer as opções que melhor correspondem á sua interpretação do sentido da vida e das exigências da sua cidadania.

Sabem a última? Foi título de notícia de jornais num destes dias: “ é preciso regulamentar a objecção de consciência”. Pretende-se, como prevenção para a invocação deste direito por parte de médicos e enfermeiros, que. por analogia com a Lei 7/92, se construa também uma Lei que “regulamente a objecção de consciência”, de forma a obrigá-los a cumprir a nova lei sobre a despenalização do aborto. A consciência não é “regulável”! Quando muito, altere-se o estatuto profissional e/ou o código ético desses profissionais!

E agora anunciam-se mais “medidas de modernidade”: eutanásia clínica, união homossexual, adopção de crianças por parte de pessoas gays e drogas livres!

Muitas vezes recorremos à importância de aprender a distinguir o TER E O SER, sendo consensual que o SER deverá impôr-se ao TER.

Porém, vai sendo também aconselhável chamar a atenção para uma outra diferença igualmente importante, a saber: a diferença entre o SER (ética) e o APARECER (estética). É que existe muita gente que É e não Parece...enquanto outros não Parecem mas São.
Sem prejuízo do respeito pela liberdade daqueles que se batem mais por causas de natureza Estética...não terá chegado a altura de se organizarem também os defensores militantes de outras causas imbuídas de sentido Ético, afirmando-as como prioritárias no debate público que se pretende instaurar na sociedade portuguesa?



Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2007-03-15



















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