A organização humanitária Save The Children revela que 1,8 milhões de crianças no mundo são vítimas de abusos como prostituição, pornografia ou turismo sexual. A denúncia é feita no documento intitulado "As pequenas mãos da escravatura".
A organização apresenta ainda, no relatório divulgado domingo, dados sobre a situação mundial de milhões de crianças nas oito formas mais relevantes de escravatura: tráfico de crianças, exploração sexual, trabalho infantil como pagamento de dívidas, trabalho forçado em minas e na agricultura, crianças soldados, casamentos forçados e escravatura doméstica.
Segundo a directora da organização, Jasmine Whitebread, a "escravatura infantil é uma dura realidade para milhões de crianças e os governos não fazem o suficiente para responder a este problema".
"Os líderes mundiais têm de actuar urgentemente para acabar com a escravatura infantil e aplicar leis e recursos necessários para erradicar estas práticas terríveis", frisa. São mais de 50 países de África, Ásia e América do Sul em que estas situações são flagrantes.
De acordo com o documento da Save The Children, 1,2 milhões de crianças são anualmente vítimas de tráfico, um negócio identificado como de "baixo risco e altos lucros", que rende 24 mil milhões de euros.
O relatório revela que, só na Índia, 15 milhões de crianças são forçados a trabalhar para pagar dívidas, enquanto um milhão, em todo o mundo, arrisca a vida em minas. 132 milhões de crianças com menos de 15 anos são forçados a trabalhar na agricultura sem hipótese de fuga, expostas a pesticidas, maquinaria pesada e ferramentas perigosas.
A organização internacional reconhece também que mais de 300 mil menores de 15 anos são usados como soldados. O caso mais flagrante foi identificado na República Democrática do Congo, onde estão detidas 11 mil crianças por grupos de combatentes. Mas Angola, Afeganistão, Serra Leoa e Sri Lanka também fazem parte da lista.
O casamento forçado é outra das formas de escravatura. Em todo mundo são obrigadas a casar mais de cem milhões de meninas antes dos 18 anos, algumas deles têm apenas quatro anos.
Em todo o mundo há ainda milhões de crianças que trabalham quase 15 horas por dia no serviço doméstico, sem qualquer possibilidade de irem à escola.
27.03.2007 Fonte: Diário de Notícias
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