GONDOMAR

Crianças da Gandra ficaram sem ATL

Apesar dos protestos exaltados de algumas mães, a Câmara Municipal de Gondomar demoliu, ontem de manhã (30 de Março), o pré-fabricado onde funcionava, há cerca de uma década, o Centro Comunitário do Bairro da Gandra, em S. Pedro da Cova. Os pais receiam que, após a demolição, o bairro deixe de ter um equipamento social. A Câmara argumentou que irá fazer um estudo do terreno e admite a construção de um espaço, que "poderá ser um infantário".

A demolição do Centro Comunitário da Gandra (onde a principal valência é o ATL) havia sido anunciada pelo presidente da Câmara de Gondomar, Valentim Loureiro, na reunião de câmara de anteontem.

"Ficamos sem nada"

Manhã cedo, já algumas mães se concentravam junto ao pavilhão, aguardando a chegada das máquinas e expressaram o seu descontentamento ao JN. "Quando isto for abaixo ficamos sem nada no bairro. No ATL, andavam 42 crianças e 12 mães que faziam teatro, dança, culinária e trabalhos manuais. Agora querem obrigar-nos a ir para o Bairro Durão Barroso, que fica a cerca de 200 metros. Imaginem as crianças a fazerem esse percurso à chuva. O problema é que o centro vai abaixo e nada o vai substituir", afirmou Elisabete Cabral, uma das contestatárias.

Os protestos da população incidiram na falta de equipamentos no bairro. "Concordo que o centro não tem condições e é permanentemente vandalizado. Mas a câmara deveria assumir o compromisso de construir aqui um novo centro", defendeu, por seu lado, Nádia Matos.

A intervenção da autarquia começou com o corte da electricidade e da água. Surgiram, depois, a Polícia Municipal, GNR e os veículos da autarquia e os ânimos exaltaram-se. Elisabete Cabral queixou-se de ter sido agredida por um soldado da GNR e foi transportada ao hospital.

Fonte da autarquia sublinhou que o assunto já havia abordado quando o centro encerrou, no dia 22 do mês passado. "Foi pacífico e logo na altura os pais concordaram na solução que lhes foi apresentada, no Bairro Durão Barroso. Na última reunião, o presidente da Câmara afirmou que iria proceder-se, de imediato, a um estudo para o local. E foi admitida a construção de um equipamento, que poderá ser um infantário", adiantou a mesma fonte.

Bairro é dos mais antigos do concelho

O Bairro da Gandra foi inaugurado no dia 7 de Abril 1984, sendo, por isso, o mais antigo empreendimento de habitação social do concelho. É composto por 207 habitações unifamiliares com apenas duas tipologias - T3 e T4 - e nele vivem cerca de 1500 pessoas. Trata-se de um bairro onde a população idosa já tem uma expressão significativa e que, por isso, segundo Altamiro Araújo, da Associação de Moradores do Bairro da Gandra, "já justificava a construção de um centro de dia".

Tem, igualmente, um grande número de crianças e, desde ontem, nenhum espaço para as acolher quando não estão na escola".

"O pré-fabricado foi montado há cerca de 10 anos, como uma solução provisória", recordou o Gabinete de Comunicação da autarquia.

31.03.2007 Fonte: Jornal de Notícias

 

Data de introdução: 2007-03-31



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...