CENTRO SOCIAL PADRE RAMOS

25 anos a crescer com a comunidade

Ao chegar à vila da Lavra, no concelho de Matosinhos, há um edifício que preenche o olhar e se salienta dos demais. Domina uma das laterais do adro da igreja e numa das paredes pode ler-se em letras garrafais “Centro Social Padre Ramos” (CSPR), em homenagem a um padre que permaneceu meio século na paróquia. Considerado por muitos como o cartão de visita daquela vila, o Centro comemora agora 25 anos de existência, enquanto Instituição Particular de Solidariedade Social. A aprovação dos estatutos teve lugar a 7 de Outubro de 1982 pelo Bispo do Porto de então, D. Júlio Tavares Rebimbas, e desde essa altura a obra não tem parado de crescer.

Nasceu do desejo de um grupo de lavrenses em fazer algo pela terra, pois já era reconhecida a necessidade de respostas aos problemas sociais e culturais que afligiam a população. O pároco da vila, padre Silva Lopes, foi o grande impulsionador da obra e a opção inicial passou pela construção de uma galeria comercial para ajudar a suportar os custos da parte social. “Começámos pela parte comercial, porque sabíamos necessitar de meios, leia-se rendimentos, que nos ajudassem, quer na construção dos edifícios, quer na manutenção da obra. Em boa hora o fizemos, porque os rendimentos das lojas, tanto no exterior, como no interior e do salão de banquetes, durante os primeiros 10 anos de vida da instituição foram todos aplicados na edificação dos referidos prédios. De então para cá, os mesmos rendimentos ajudam-nos a suprir necessidades e a promover a criação de novos equipamentos. Sem esses rendimentos, o CSPR teria muito mais dificuldades”, explicou Emídio Gomes, vice-presidente da instituição.

Esses rendimentos foram sendo aplicados na construção de equipamentos e actualmente o Centro Social conta com valências na área da terceira idade, com o lar, o centro de dia, o apoio domiciliário e o centro de convívio e na área da infância, com as valências de ATL, creche e jardim-de-infância. Aquando as comemorações das Bodas de Prata foi também inaugurada uma nova ala no lar, que vai permitir aumentar a capacidade daquela valência de 28 para 60 utentes, ajudando assim a diminuir a longa lista de espera.
No CSPR trabalham 45 pessoas, entre elas, uma assistente social, uma animadora cultural, enfermeiros e educadoras-de-infância. Quinzenalmente, os utentes da terceira idade recebem também a visita de um médico de família, evitando assim deslocações para assuntos de rotina, como a prescrição de receitas médicas. A ginástica, as aulas de dança, de informática, os passeios, os encontros e festas com outras instituições congéneres fazem parte do quotidiano dos utentes.

A vertente cultural foi outra das grandes apostas da instituição, com destaque para a Escola de Música da Lavra, onde estão inscritos cerca de 100 alunos, e para a biblioteca Padre Silva Lopes, única na vila. Na escola de música há aulas de canto, bateria, piano, guitarra clássica, acordeão, violino, entre outras. A ideia partiu dos pais de dois alunos de música que estudavam fora da terra e que se lembraram de trazer para a Lavra um projecto de formação musical, que teve desde logo uma grande adesão e que já trouxe nomes conhecidos do panorama musical português à vila, como, por exemplo, Vitorino D’Almeida.

O auditório é outro dos projectos concretizados pelo centro que impressiona devido à dimensão. Com capacidade para 688 lugares, o espaço permite que a paróquia possa realizar as cerimónias religiosas e outros eventos que não podem ter lugar na igreja. É usado para espectáculos de música, teatro, cinema, entre outros, a maioria promovidos pela Comissão do Auditório que, voluntariamente, gere o referido espaço desde há cinco anos. É também arrendado a diversas entidades ou grupos, o que serve como uma fonte extra de rendimento à instituição.

O Centro é um pólo dinamizador da vida da comunidade, por isso a celebração das Bodas de Prata fica também marcada pelos projectos futuros. “O projecto que norteou a fundação desta instituição é muito mais vasto do que o que está feito. Até agora, fez-se o que foi possível. Nada pode ser feito senão por fases e de acordo com as necessidades das pessoas no tempo”, esclareceu Emídio Gomes, vice-presidente do CSPR, deixando assim uma porta aberta à criação de novas valências e equipamentos consoante as necessidades dos cerca de 15 mil habitantes da Lavra assim o justifique.

 

Data de introdução: 2007-11-07



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...