O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social prometeu averiguar "com rigor" as causas do incêndio num centro de acolhimento da Segurança Social, em Lisboa, que provocou dois mortos e 27 feridos, e garantiu apoio aos afectados. "É responsabilidade do Estado averiguar o que se passou e criar as melhores condições para todos aqueles que necessitem de apoio", disse o ministro Vieira da Silva.
Além das investigações dos serviços competentes, Vieira da Silva disse que o próprio ministério vai "recolher informação" e "serão desencadeados todos os processos para perceber quais as causas que estiveram na origem do incêndio", ocorrido na última madrugada.
Apesar de referir não dispor de "informação muito detalhada", o ministro disse que o centro tinha sido alvo de obras de manutenção "recentemente" e que os sistemas de prevenção de incêndios "estavam instalados conforme a lei estipula". "Aconselha a prudência que possamos averiguar com rigor o que esteve na origem do incêndio e depois tirar as ilações", frisou.
Segundo Vieira da Silva, "muitos equipamentos [do género] têm sido alvo de acções de fiscalização e até alguns têm sido encerrados, mas, neste caso, trata-se de um equipamento da responsabilidade do sistema de Segurança Social e, por maioria de razão, deve ser alvo de uma averiguação".
O incêndio desta madrugada terá deflagrado no terceiro andar do centro de recolhimento da Segurança Social, que ocupa parte das instalações do Convento da Encarnação e onde residiam 67 pessoas.
Duas pessoas morreram e 27 ficaram feridas, a maior parte por inalação de fumo, tendo sido transportadas para os hospitais da Marinha, de S. José, Santa Maria e Curry Cabral.
As chamas irromperam às 03:17, tendo o incêndio ficado extinto às 04:55. Segundo a responsável pelo centro de recolhimento de Segurança Social, Maria José Relvas, existe a suspeita de o fogo ter sido provocado por um cigarro mal apagado de uma das duas idosas, que acabou por falecer.
Questionada sobre o plano de segurança do lar, ao qual os bombeiros também apontaram algumas falhas, a directora admitiu que são necessárias alterações no plano. A última inspecção dos bombeiros, adiantou, terá sido realizada há seis anos, e foi essa vistoria que levou à colocação de meios de primeiro socorro no edifício.
Questionada sobre se tem confiança nos meios de socorro disponíveis, a directora respondeu: "no quinto andar, não". Maria José relvas contou também que estão em curso obras no claustro
do edifício para transferir, para aí, a unidade do lar, actualmente no quinto andar, e que tem apenas 10 pessoas.
Este edifício é um dos 45 equipamentos de resposta directa da Segurança Social na região de Lisboa e acolhe além de idosos famílias que necessitam de apoio social. Além de lar de idosos funcionam no edifício pequenos apartamentos onde as pessoas vivem de forma auto-suficiente, como era o caso da idosa do apartamento onde deflagrou o fogo.
Data de introdução: 2008-04-30