A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome (BA), Isabel Jonet, disse que só o centro de recolha de Lisboa aceitou até às 16:00 horas de domingo cerca 340 toneladas de alimentos, prevendo-se que chegue às 400 toneladas até às 24:00 de domingo.
«É maravilhoso», comentou uma das voluntárias na balança do centro de recolha de Lisboa, o que mais alimentos recolhe nas campanhas da instituição. A 33ª campanha - que arrancou às 8:00 de sábado - rendeu até às 24:00 desse dia mais de 800 toneladas de alimentos de primeiras necessidade, contra as 671 toneladas contabilizadas na campanha de Maio de 2007, o que traduz uma maior adesão da população, considerou Isabel Jonet.
Além do trabalho diário de recolha e distribuição de alimentos, o Banco Alimentar costuma realizar duas campanhas anuais extraordinárias, uma em Maio e outra Setembro. O Banco Alimentar recebe os bens oferecidos por anónimos junto de supermercados, na maioria arroz, massas, leite, bolachas e bens de consumo básico que depois chegam aos centros em sacos dentro de caixas metálicas.
É então que entram em acção cerca de duas centenas de pessoas - todas voluntários - que recolhem os produtos de uma passadeira rolante, para onde são despejados após a sua pesagem à entrada do armazém.
«Ao fim da passadeira só chega o que é diferente», como leite fresco, ovos e outros produtos, explicou à agência Lusa Isabel Jonet. A responsável nacional mostrou-se satisfeita com a primeira campanha de recolha de alimentos em Supermercados deste ano. «Estamos a receber produtos que nem pedimos», revelou.
Todos os trabalhos de recolha, selecção, empacotamento e distribuição é efectuado por milhares de voluntários (nesta campanha estiveram envolvidos cerca de 17 mil), «todos sem receber qualquer dinheiro».
Neste números incluem-se funcionários de empresas que vão trabalhar para o Banco Alimentar a mando das suas entidades patronais (que se associam às campanhas do BA). Alguns «depois voltam para trabalhar de livre vontade», contou Isabel Jonet.
A 33ª campanha teve início no sábado de manhã, à porta de supermercados em Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Abrantes, Aveiro,São Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria, Oeste, Algarve e Portalegre. Isabel Jonet considera que a crise alimentar internacional se deve «apenas a especulação financeira» e que «os reflexos da crise prejudicam maioritariamente os pobres», sendo um acto de injustiça o que está a acontecer. O mundo está «a viver estratégias erradas das diferentes políticas agrícolas», sublinhou. «Primeiro estão as pessoas e só depois se devia pensar um combustíveis», disse também Isabel Jonet, numa referência aos biocombustíveis, fabricados a partir de cereais outros produtos alimentares.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa está instalado junto à estação de comboios de Alcântara-Terra, em armazéns cedidos gratuitamente pela Refer, e abastece diariamente mais de 370 instituições espalhadas pela região de Lisboa. «São cerca de 80 toneladas de alimentos por semana» só em Lisboa, especificou Isabel Jonet.
* Com Lusa
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