SOLIDARIEDADE

Comissão Europeia dá prémio a ONG portuguesa que apoia órfãos em Moçambique

Moçambique tem 1,7 milhões de crianças órfãs em risco. A organização não governamental portuguesa TESE auxilia cerca de 700, o que lhe valeu um prémio doado pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. O prémio, no valor de dez mil euros, foi atribuído pela Câmara do Comércio Americana a Durão Barroso, que resolveu dá-lo à TESE - Associação para o Desenvolvimento como reconhecimento do trabalho desenvolvido, desde 2003, junto de orfanatos de sete comunidades moçambicanas. O dinheiro vai agora ser canalizado para a construção de um berçário em Tete, referiu à Agência Lusa Helena Gata, directora do Programa Criar Futuro, do qual faz parte o premiado Projecto Ser Humano.
Do projecto beneficiam cerca de 700 crianças e jovens que vivem em orfanatos nas províncias de Tete, Maputo, Gaza e Zambézia, onde recebem cuidados de saúde, alimentação e apoio nos estudos.
Entre os órfãos há 50 bebés, cujos pais morreram com Sida ou são seropositivos. Mas os números são mais dramáticos. "Neste momento, há em Moçambique um milhão e setecentas mil crianças órfãs em situação de risco", apontou Helena Gata, acrescentando que a esperança média de vida naquele país oscila entre os 39 e os 45 anos. "Muitas crianças ficaram sem os pais devido a doenças como a Sida ou a epidemias como a cólera", precisou.
A TESE conta com a colaboração de formadores de uma associação moçambicana de apoio a jovens e com os donativos mensais dos "pais protectores". Cada um, e já são 300 que o fazem regularmente, dá 25 euros por cada criança "apadrinhada". "São pessoas da classe média-alta. Ministros, médicos, enfermeiros, sociólogos, contabilistas... Mas há também jovens entre os 28 e 35 anos", sublinhou Helena Gata, adiantando que a rede de contactos foi estabelecida na Internet e através do "passa a palavra".
De futuro, a TESE, que vive dos donativos de particulares e de algumas empresas, pretende alargar o Projecto Ser Humano à Guiné-Bissau e Angola. Contudo, ainda não há prazos.
Mais imediata é a deslocação, em Agosto, a Moçambique de um economista para estudar a viabilidade da abertura de um cabeleireiro e de uma padaria. "Projectos geradores de rendimentos" que permitirão, segundo Helena Gata, a inserção dos jovens no mercado de trabalho.

30.05.2008

 

Data de introdução: 2008-05-31



















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