Barcelos, no distrito de Braga, é o concelho com mais freguesias do país (89). Tem uma área de 378,7 quilómetros quadrados onde residem mais de 127 mil pessoas. Barcelos conta com 47 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), longe do necessário para suprir todas as necessidades sociais. Segundo dados fornecidos pela autarquia, o Instituto de Segurança Social tem, com estas IPSS, 110 acordos de cooperação, distribuídos pelas áreas da infância e juventude, idosos, deficiência e reabilitação; e alguns acordos atípicos em áreas distintas, que servem mais de 4.700 utentes.
É este o concelho que acolhe a II Festa da Solidariedade. A Câmara de Barcelos e a CNIS têm estado em grande sintonia e profunda colaboração, conforme reconhece ao SOLIDARIEDADE Joana Garrido, Vereadora do pelouro de Acção Social da Câmara Municipal de Barcelos.
SOLIDARIEDADE - Como é que a cidade de Barcelos acolheu a ideia de ser anfitriã da Festa da Solidariedade?
JOANA GARRIDO - Naturalmente, recebemos a 2ª edição da Festa da Solidariedade com muito entusiasmo. Trata-se de uma grande iniciativa, que mobiliza gente de causas e que se vem juntar a outras nossas iniciativas do género, caso da nossa Feira anual das associações e da Mostra do associativismo juvenil. A grande diferença prende-se com o facto desta iniciativa ser de âmbito nacional e dedicada em exclusivo à solidariedade.
Quais são as medidas que têm sido tomadas pela autarquia para preparar esse grande dia para as IPSS?
Estamos empenhados em que tudo decorra bem e que este evento seja um grande êxito. Assim, temos prestado todo o apoio solicitado pela CNIS ao nível da divulgação, organização, logística e acolhimento.
Que medidas de segurança e cuidados médicos vão estar disponíveis?
Estamos a tomar todos os cuidados com a organização do evento. No que respeita ao percurso da chama até à cidade de Barcelos, essa situação está perfeitamente assegurada, através da articulação e do apoio da Brigada de Trânsito. No local da Festa contaremos com o apoio da PSP, assim como com a colaboração da Corporação dos Bombeiros da Cidade. E oxalá não seja necessário, mas no caso de qualquer eventualidade, o Hospital fica mesmo junto ao local de realização da Festa.
Quais são os principais problemas sociais de Barcelos?
Na actual conjuntura económica-financeira, o desemprego é o problema mais grave do país, realidade que naturalmente se reflecte no nosso Concelho. Em termos de economia local, o nosso concelho atravessa um processo de reconversão do seu tecido económico. Com a crise que afectou e afecta a indústria do têxtil e do vestuário, os agentes empresariais fazem agora emergir o sector terciário, nem como algumas empresas com base tecnológica. A construção é também, e ainda, um sector que emprega bastante mão-de-obra. Pratica-se também a agricultura, com destaque para a exploração do sector leiteiro. Artes e Ofícios são também sectores com visibilidade e que se asseguram rendimentos a muitas famílias. Em termos de carências específicas, existe a necessidade de mais equipamentos sociais para as pessoas com deficiência; para o acompanhamento de pessoas dependentes de terceiros; para a reabilitação e reintegração social dos toxicodependentes e alcoólicos no pós-desintoxicação.
A Acção Social é um dos vectores prioritários de acção deste Executivo camarário?
Nos últimos anos, as Grandes Opções do Plano e Orçamento do Município têm inscrito o sector da Acção Social como uma das grandes prioridades das políticas e dos investimentos municipais. O objectivo é melhorar a qualidade de vida dos Munícipes em geral, mas muito particularmente dar respostas no combate à pobreza e exclusão social. Assim, junto das pessoas com maiores vulnerabilidades sociais o Município procura implementar a sua política social activa através do: Programa de Apoio à Habitação Social; Programa de Apoio ao Pagamento de Renda de casa; Acção Social Escolar; Bolsas de Estudo do Ensino Superior; Banco Local de Voluntariado; Programa Vida Emprego, Serviço de Apoio Psicológico e a Rede Social de Barcelos; entre todos os restantes projectos que têm surgido por parcerias intermunicipais e protocolos locais, como o Projecto “Para uma vida nova - resposta integrada na violência domestica”, Projecto ASDI, Projecto Bebé Feliz entre outros.
Como é a interligação entre as instituições de solidariedade social concelhias e a autarquia? Está a ser desenvolvido um trabalho de parceria?
A Rede Social, enquanto projecto de política social activa, tem procurado implementar medidas e acções que contribuam para um planeamento concertado na intervenção social. A ideia é conjugar os esforços dos diferentes actores sociais, no sentido de reforçar o combate à pobreza e exclusão social e contribuir para o desenvolvimento social local. Pensamos que só com planeamento articulado e intervenção integrada pela Rede Social, podemos implementar respostas sociais capazes de dar solução aos diferentes problemas. É este tipo de trabalho que temos vindo a desenvolver em Barcelos.
Que mensagem gostaria de deixar, em nome da autarquia, às instituições que vão participar na Festa da Solidariedade?
Uma mensagem de Parabéns pela participação na II Festa da Solidariedade e pelo trabalho valioso que desenvolvem, mas também uma mensagem de esperança: para o empenho, conjugação de esforços e partilha de responsabilidades para uma sociedade que queremos construir de forma mais justa e socialmente mais rica de recursos e de valores.
Não há inqueritos válidos.