O mesmo documento da Segurança Social chega a ser usado por vários imigrantes indocumentados nos hospitais. Fazem-no por medo, por estarem "sem papéis". As instituições pagam a conta, pois preferem fechar os olhos a deixar de cuidar desta população.
O Hospital Amadora-Sintra, que serve dois concelhos onde se encontram bairros degradados e com graves problemas sociais, conhece bem esta situação.
A alta comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, que antes de assumir estas funções era directora clínica deste hospital, disse à Lusa que é frequente os imigrantes ilegais usarem documentos da Segurança Social "de familiares e amigos". Esta situação complica a vida dos hospitais: como "não se conseguem identificar os cartões em causa", também "não se conseguem identificar os custos".
Apesar da universalidade do acesso aos serviços de saúde, os imigrantes indocumentados têm grandes reservas em relação aos serviços de saúde, por "medo de serem identificados".
A solução passa por "recorrer tardiamente aos serviços, com resultados maus para a saúde", como contou Maria do Céu Machado: havia raparigas grávidas que chegavam ao Hospital Amadora-Sintra "com o feto morto por hipertensão gravíssima devido a uma gravidez não vigiada".
A situação é comum nos hospitais compõem o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (Hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz).
Fonte: JN
Data de introdução: 2009-01-12