O prolongamento do subsídio social de desemprego por mais seis meses, ao longo de 2009, deverá abranger cerca de 50 mil desempregados. De acordo com o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social esta medida entrará em vigor assim que o processo legislativo de alteração ao regime do subsídio de desemprego estiver completo, mas terá efeitos retroactivos a partir de 01 de Janeiro. O ministro Vieira da Silva anunciou ainda que os desempregados vão ter em breve ao seu dispor 400 novas unidades de apoio em todo o país que vão reforçar a intervenção dos centros de emprego.
Os Gabinetes de Inserção Profissional (GIPs) vão funcionar em autarquias, associações sindicais ou empresariais e outras entidades sem fins lucrativos que "estão mais perto dos cidadãos" e os concursos para a sua criação abrem de imediato. "Temos 88 centros de emprego em todo o país mas a actual situação justifica que sejam criados novos locais de atendimento para os desempregados", disse o ministro do Trabalho. "Tudo o que possa ser feito para aproximar as empresas e os cidadãos dos locais que têm como objectivo a inserção profissional é positivo", acrescentou o ministro numa sessão de apresentação das medidas que o Governo está a promover para minimizar os efeitos da crise económica e financeira no emprego.
O ministro disse ainda que não vão ser desafectados meios dos centros de emprego para os GIPs pois vão ser contratadas pessoas para esses gabinetes "que vão funcionar como pequenas unidades mais operacionais" sedeadas em locais "onde há contacto directo com situações de desemprego".
As 400 novas unidades de apoio aos desempregados vão localizar-se maioritariamente no norte do país (173) e na zona de Lisboa (118). A zona centro vai ter 60 GIPs, o Alentejo 34 e o Algarve 15.
Estas unidades vão fazer o acompanhamento personalizado dos desempregados, apoiando-os na procura activa de emprego ou encaminhando-os para programas de qualificação, vão captar e divulgar ofertas de emprego e divulgar medidas e apoios à criação de emprego. Cada unidade vai ter metas e objectivos contratualizados que serão depois avaliados.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego cresceu 6,6 por cento em Dezembro face ao mesmo mês de 2007, prolongando a subida iniciada em Outubro e marcando o acréscimo mais elevado desde Setembro de 2004. De acordo com dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos totalizava 416.005 em Dezembro, mais 25.725 inscrições do que no mesmo mês de 2007 e mais 7.407 desempregados do que em Novembro.
A variação mensal foi assim de 1,8 por cento. Para o aumento do número de desempregados inscritos nos centros do emprego em relação a Dezembro de 2007 contribuíram, essencialmente, a subida do desemprego entre os homens (mais 14,9 por cento), entre os jovens (mais 5,7 por cento) e adultos (mais 6,7 por cento).
A procura de um novo emprego motivou o registo de 92 por cento dos desempregados, verificando-se um aumento de 8,2 por cento face ao mês homólogo de 2007, enquanto a procura do primeiro emprego diminuiu no período considerado 8,8 por cento.
O aumento de desemprego observou-se em todas as regiões do país em Dezembro, tanto face ao mês de 2007, como em relação a Novembro de 2008, com a região do Algarve a registar as maiores subidas. De acordo com dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), os desempregados inscritos nos centros de emprego do Algarve aumentaram 17,5 por cento em Dezembro, face ao mesmo mês de 2007, e 8,9 por cento, em relação a Novembro de 2008.
O desemprego registado cresceu menos nos Açores, quando comparada observada a taxa de variação homóloga (2,1 por cento, e no Alentejo, usando a taxa de variação mensal (1,1 por cento).
No Norte, a região do país que concentra o maior número de desempregados (44,2 por cento do total), ocorreu um crescimento homólogo de 5,9 por cento e uma subida mensal de 1,3 por cento.
04.02.2009
Data de introdução: 2009-02-04