IV CONGRESSO CNIS - PADRE CARLOS GONÇALVES, LÍDER DA LISTA B

O resultado foi expressivo

Durante a apresentação da candidatura no Congresso da CNIS o líder da lista B, Padre Carlos Manuel Fernandes Gonçalves, assumiu com humildade a falta de experiência e o estatuto de desconhecido. Surgiu na reunião magna de Fátima a liderar uma equipa que apareceu mesmo no fim do prazo para a entrega das listas aos órgãos sociais da CNIS. No site www.cnis-alternativa, criado para divulgar a candidatura, não tinha qualquer curriculum E depois da apresentação no congresso pouco mais se ficou a saber. Apenas que é pároco de Rio de Mouro e São Marcos, Lisboa, tem 40 anos e é natural da Póvoa de Varzim. Esta nota biográfica referiu-a quando, juntamente com o padre Lino Maia, presidente da CNIS e líder da lista A, subiu ao palco para pedir calma aos congressistas que ameaçavam passar das marcas do bom-senso.
Depois de ouvir os números da derrota (35,6 por cento dos votos) sentou-se à mesa do Congresso e abraçou o vencedor. Á saída foi respondendo a algumas questões colocadas pelo Solidariedade.

SOLIDARIEDADE – Como comenta estes resultados?
PADRE CARLOS GONÇALVES - O debate de ideias acabou, agora é trabalharmos todos em conjunto. Vamos seguir as directrizes de quem está na direcção da CNIS e que os associados escolheram. Eu estarei disponível.

Tenciona candidatar-se daqui a três anos?
Somos uma equipa que pensa diferente. E pensa diferente dos itinerários seguidos pela CNIS. Não quero dizer com isso que volte daqui a três anos. Posso achar que não tem interesse em voltar. Neste momento, achámos que era necessário uma alternativa na CNIS, uma alternativa para pensar em caminhos e itinerários diferentes e foi assim que surgiu a nossa proposta. Os associados acharam que não, acham que está tudo bem. Por isso aceitaram que a continuidade era o melhor. E foi isso que aconteceu. Eu não sei se daqui a três anos eu não estarei a pensar que a continuidade é o melhor, e se, por isso, tem que aparecer uma alternativa…

Acha que o aparecimento de duas listas foi um sinal de democraticidade da CNIS?
Não tenho dúvidas nenhumas.

Na sua opinião como correu o Congresso? Qual é o balanço que faz?
Quer a verdade ou a mentira piedosa?

Sou jornalista, prefiro a verdade…
A verdade? Conforme foi proferido durante o debate, do ponto de vista do Congresso, não acho que tenha existido. Se vemos um Congresso como um local de discussão daquilo que existe como problema nas IPSS, até dos sonhos, não acho que tenha existido um Congresso. Do ponto de vista de organização do Congresso, então aí daria nota negativa...

Ouviu-se falar numa possibilidade de impugnação..
É uma coisa que ainda está a ser estudada pelas irregularidades que foram decorrendo neste Congresso. Não sei se valerá a pena fazer uma de impugnação. Agora, o que vale a pena é mostrar que não pode ser uma lista candidata a organizar as eleições, mesmo que seja a lista institucional no poder, não dá direito de igualdade e democracia. Eu acho que isso é visível aos olhos de todos. Só não vê quem não quiser. Eu afirmo, conforme o afirmei com o padre Lino, a rivalidade não está entre os líderes e não existe uma rivalidade entre líderes...

Chegou-se a fazer uma leitura que era uma luta entre dois padres...
Não faz nenhum sentido. O que existe, e ainda não percebi bem, é porquê é que têm que ser dois padres a presidir. Ou porque entendem que têm de ser padres? Se calhar pelo sentido do início da história da CNIS, ou se calhar até não há sentido nenhum... Haverá gente mais competente para este cargo. Agora, o que acho ser importante é haver isenção. Como viram no decorrer dos trabalhos, não houve isenção. Isto significa que têm de ser melhorados os trabalhos organizativos. Um Presidente do Congresso não pode ter a atitude que o Dr. Mário Dias teve. Ele pode ser um homem muito inteligente na sua área mas, do ponto de vista organizativo, foi uma nulidade. Tive que fazer algum esforço para o continuar a cumprimentar porque eu acho que do ponto de vista organizativo, falhou redondamente. E a culpa é dele, enquanto Presidente do Congresso pois devia ter a capacidade de organização.

Em seu entender isso mancha os resultados?
O resultado foi expressivo e completamente elucidativo. Foi aquilo que os associados quiseram. Há algumas ilegalidades como, por exemplo, um caderno de Instituições entregue ontem à noite à Lista B com 524 votantes. Ouvi o resultado final: 586 votantes. Como é possível? Façam vocês as contas… Mas isto é um problema do Presidente do Congresso, mais ninguém.

O espírito com que sai daqui é o de colaboração e parceria com a CNIS?
Claro que sim. Perfeitamente. De colaboração com a CNIS, isso é fundamental. É aquilo para que todos lutamos. A luta era essa: tornar a CNIS mais operacional para atingir os seus objectivos.

 

Data de introdução: 2009-02-10



















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