PRAIAS

Viagens de escolas e ATL põem crianças em perigo

Na hora de ir para a praia, ainda há escolas e Actividades de Tempos Livres que não cumprem as regras de segurança rodoviária. A Associação Para Promoção da Segurança Infantil alerta para o perigo de as crianças "correrem risco de morte" só para estar algumas horas na praia. Durante as duas próximas semanas, o Instituto de Socorros a Náufragos estima que cheguem diariamente às praias da Costa da Caparica cerca de 130 mil crianças em programas de escolas ou actividades de tempos livres. Um fenómeno que já começou na segunda quinzena de Junho, de acordo com o presidente da Associação de Concessionários das Praias da Costa da Caparica, João Carreira.

Todos os dias, pouco depois das nove da manhã, começam a estacionar nos parques das praias da Costa da Caparica centenas de autocarros. A Lusa esteve em duas praias e verificou que apenas uma carrinha, das dez que contabilizou, tinha cadeiras adaptadas para as crianças.

A secretária-geral da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), Helena Sacadura, lembra que os acidentes rodoviários são a principal causa de morte infantil em Portugal e os acidentes por afogamento a segunda.

"Não há muitos afogamentos nas praias, porque são locais que já estão identificados como sendo zonas de grande risco e por isso há um cuidado redobrado", entende Helena Sacadura.

No entanto, alerta a especialista, continua a haver escolas que transportam os meninos desvalorizando a sua segurança.

Os casos problemáticos prendem-se com as crianças com menos de três anos, já que estas precisam de cadeirinhas difíceis de instalar na maioria dos autocarros.

"Os passeios à praia são importantes porque cortam a rotina, mas é essencial garantir que as crianças são transportadas em segurança. Não devem correr o risco de morte só para estarem três horas na praia", avisa.

Há situações em que são os próprios pais que pressionam os colégios e, apesar de as educadoras terem noção da falta de condições no transporte, "muitas vezes não conseguem convencer os pais e acabam por ceder a pressões, organizando saídas da instituição que podem pôr as crianças em risco", conta Helena Sacadura.

Uma educadora de infância reconheceu que os pais estão mais preocupados com a estadia na praia do que com o transporte das crianças. A mesma responsável admitiu que das cinco camionetas que todos os dias fazem o percurso do colégio para a praia apenas uma é segura: a carrinha particular do colégio que transporta apenas os mais pequeninos.

Também Maria do Carmo Cristóvão, de um colégio da zona de Lisboa, diz que a maioria dos pais só se preocupa com a segurança nas praias e recorda uma história recente, quando uma das carrinhas foi mandada parar pela Guarda Nacional Republicana. "O agente entrou na carrinha e perguntou às crianças o que é que era necessário para ir para a praia em segurança e elas gritaram em coro: PROTECTOR SOLAAAAAAAAAR".

 

Data de introdução: 2009-06-29



















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