Lisboa precisa de 76 novas creches. O maior número de unidades a criar deverá ser nas freguesias de Santa Maria dos Olivais (13), Benfica (dez) e São Domingos de Benfica, todas com novas zonas habitacionais.
De acordo com as "Orientações Estratégicas para os Equipamentos Sociais - Infância", a analisar na reunião de Câmara de depois de amanhã, a construção destas creches, que representam um total de 2217 lugares, permitiriam conseguir uma taxa de cobertura de 50%.
No sentido de colmatar os desequilíbrios detectados na distribuição de creches da rede social em Lisboa, o documento, revelado pela Agência Lusa, propõe agrupamentos de freguesias. Das 53 do concelho, menos de metade (20) têm uma cobertura superior a metade das necessidades. A cobertura média global não ultrapassa os 36,4 por cento.
Segundo as orientações estratégias, que constituem a primeira etapa do processo de elaboração da Rede Pública de Creches, que virá a integrar o Plano Director Municipal (PDM), em revisão, Lisboa tem um total de 153 creches, 104 da rede pública e 49 privadas. Nas creches da rede pública, predominam as geridas por instituições particulares de solidariedade Social (IPSS), que são 40 e oferecem cerca de dois mil lugares), seguidas dos 23 equipamentos a cargo da Santa Casa da Misericórdia (1021 lugares). No concelho, o Estado gere apenas sete creches, garantindo 283 lugares a crianças até aos 3 anos de idade.
As orientações estratégicas realçam a desequilibrada cobertura na cidade, com freguesias sem uma única creche e outras com taxas de cobertura acima dos 100 por cento. De acordo com o documento, há áreas centrais históricas com uma concentração de equipamentos que equivale a uma cobertura superior a 50 por cento e nalgumas freguesias, como Encarnação, Lapa, Santa Isabel, São Cristóvão, São loureço e São Miguel a cobertura supera as necessidades, o que pode indicar que acolhem crianças de outros concelhos, que acompanham os pais nas deslocações entre a residência e o emprego.
O documento defende que a criação de creches públicas deverá ser uma das medidas da política de incentivo à fixação de população jovem e ao repovoamento das zonas centrais da cidade. Sugere, por outro lado, que se preveja a criação de equipamentos do género onde o repovoamento for mais urgente, nomeadamente nos bairros históricos.
Fonte: Jornal de Notícias
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