ECONOMIA SOCIAL

"Situação estável e controlável"

As IPSS serão o exemplo mais cabal de economia social. Em poucas palavras representam mais de 70% de respostas sociais em Portugal.

As creches, os lares e outras valências de solidariedade são asseguradas por este sector. Basicamente, poupam milhões de euros ao Estado e colmatam necessidades básicas com preços justos, longe dos praticados no sector privado, inacessíveis à maioria dos portugueses.

"Nestes tempos de crise temos mantido os serviços e até os temos alargado. Acabamos também por cativar os desempregados de longa duração, com mais de 40 anos. Sim, confesso que numa fase inicial têm contrato precário, é um facto. Mas é também numa fase de adaptação. Muitos acabam por ficar mesmo", começa o Padre Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS).

A palavra de ordem, diz este responsável, é "cautela", ou seja, "tudo é gerido com cautela, com passos muito sustentáveis". E mesmo com a necessidade de recurso ao crédito, a situação é "bastante controlável e estável", garante. Por outro lado, o Estado continua a comparticipar financeiramente com 42%. "Muito embora as receitas tenham diminuído, uma vez que a comparticipação dos utentes é menor, porque as famílias sentem a crise, nenhuma IPPS fechou e mantêm-se os postos de trabalho", revela.

O sector da habitação com custos controlados é outro que veio colmatar uma das mais básicas necessidades humanas: o direito a uma habitação condigna, ou seja, com alguma qualidade e com um preço razoável e longe da especulação do mercado corrente. Diz Guilherme Vilaverde, da Federação Nacional das Cooperativas Habitacionais Económicas (Fenache), que "ainda há muito mercado de trabalho para as cooperativas da habitação".

A pergunta que se coloca é: como é possível responder a essa necessidade, se as pessoas não têm dinheiro para comprar uma casa porque têm o acesso ao crédito mais dificultado? "Mudámos a estratégia. Esta passa pela requalificação do parque habitacional já existente e pelo arrendamento. Dentro do arrendamento, investiremos na opção de ser possível a compra, algum tempo após o imóvel ter sido arrendado". Quando o mercado melhorar, "não falta futuro para as cooperativas que têm um trabalho indispensável à comunidade", conclui Guilherme Vilaverde.

Fonte: Jornal de Notcías

 

Data de introdução: 2009-08-31



















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