MADEIRA

Governo Regional mantém 42 mortos e 600 deslocados

A secretária geral do Turismo e Transportes revelou hoje que as autoridades têm apenas o registo oficial de 42 mortos causados pelo temporal na Madeira, existindo ainda 600 deslocados. Em conferência de imprensa realizada ao final da tarde, Conceição Estudante admitiu que o número de morto possa "aumentar" mas, até ao momento o registo de vítimas mortais mantém-se, incluindo alguns corpos registados ao longo do dia.

Os dados foram cruzados entre as indicações da Protecção Civil e dos serviços de medicina legal, explicou Conceição Estudante, que foi confrontada com muitas dúvidas sobre os números oficiais do Governo, já que hoje foram encontrados dois corpos na Ribeira Brava.

"Admito que possa haver alguma confusão, mas uma coisa mantenho: não há mais do que 42 mortes identificadas na região", prometeu.

Durante uma conferência de imprensa realizada esta manhã, a secretária regional do Turismo e Transportes explicou que várias pessoas, consideradas desaparecidas, foram encontradas com vida. Santo António, a maior freguesia da Madeira, na zona alta do concelho do Funchal, contabiliza o maior número de vítimas da tragédia: 15 mortos.

Prosseguem ainda os trabalhos no parque de estacionamento do Shopping da Anadia, no Funchal, onde se encontra uma máquina que está a bombear a água que inundou o local.

Também uma força especial de bombeiros e a polícia marítima estão de bote a procurar eventuais vítimas que possam estar na zona na marina do Funchal.

Ainda no Funchal, 40 homens da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Regional procedem, juntamente com bombeiros e funcionários da Câmara Municipal do Funchal e do Serviço Regional de Protecção Civil, à limpeza e remoção de pedras e entulhos na avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses.

Duas equipas cinotécnicas da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão à entrada do túnel da Meia Légua, na zona alta da Ribeira Brava, em busca de cadáveres resultantes de uma derrocada a partir do Pomar da Rocha, sendo que um transeunte encontrou hoje às 15:00 um corpo, no complexo desportivo local.

O Regimento Militar de Guarnição 3, no Funchal, está a servir de abrigo improvisado para cerca de 350 pessoas, desalojadas pelo temporal.

As juntas de freguesia madeirenses não têm tido mãos a medir desde a tragédia de sábado, ajudando no realojamento de pessoas e distribuição de roupas, disse hoje o representante da associação de freguesias na Madeira, Simplício Pestana.

O director regional do Ambiente da Madeira, João Correia, afirmou hoje que a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) "está efectivamente danificada", embora "não existirão problemas de maior quanto à qualidade e funcionalidade dos sistemas de saneamento básico da cidade".

A conferência de líderes da Assembleia da República aprovou hoje uma deliberação na qual expressa solidariedade e apoio aos madeirenses e endereça sentidas condolências aos familiares das vítimas da catástrofe ocorrida na ilha.

O presidente do Instituto de Administração de Saúde e Assuntos Sociais da Madeira, Maurício Melim, revelou hoje que não foi identificada até ao momento qualquer situação de perigo para a saúde pública na sequência do temporal de sábado passado, embora admita que ainda se está "numa fase muito primária".

A situação na Madeira não é esquecida nas redes sociais que reúnem manifestações de solidariedade para com as vítimas da intempérie, com a página "SOS Madeira", no Facebook, a contabilizar já cerca de 30 mil membros.

Fonte: Diário de Notícias

 

Data de introdução: 2010-02-23



















editorial

NOVO CICLO E SECTOR SOCIAL SOLIDÁRIO

Pode não ser perfeito, mas nunca se encontrou nem certamente se encontrará melhor sistema do que aquele que dá a todas as cidadãs e a todos os cidadãos a oportunidade de se pronunciarem sobre o que querem para o seu próprio país e...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Em que estamos a falhar?
Evito fazer análise política nesta coluna, que entendo ser um espaço desenhado para a discussão de políticas públicas. Mas não há como contornar o...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Criação de trabalho digno: um grande desafio à próxima legislatura
Enquanto escrevo este texto, está a decorrer o ato eleitoral. Como é óbvio, não sei qual o partido vencedor, nem quem assumirá o governo da nação e os...