O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) lamentou hoje que a classe média e as famílias sejam penalizadas pelas novas medidas de redução do défice, mas considerou necessário travar o "folclore" em que o país tem vivido. "A classe média acaba uma vez mais por ser atingida. São necessárias outras medidas exemplares. Pede-se mais engenho na adopção de medidas e não ir sempre afectar os mesmos", sublinhou Lino Maia, presidente da CNIS.
Além das preocupações relativamente à classe média, o responsável disse ainda temer que o desemprego aumente, contribuindo para piorar a situação das famílias, e apelou a que a classe política mostre que está empenhada em ajudar também a combater os problemas do país.
"É importante que também os vencimentos de gestores e políticos sejam afectados, para dar o exemplo, porque temos de enfrentar a situação", declarou em declarações à agência Lusa.
"É necessário tomar medidas, não podemos viver num folclore eterno", frisou.
Lino Maia apelou ainda a uma união entre os líderes políticos, empresariais, da solidariedade e dos trabalhadores para emitir com sinais de esperança à população portuguesa.
O Governo vai propor um aumento da taxa de IVA de cinco para seis por cento nos bens de primeira necessidade, de 12 para 13 por cento na restauração e ainda de 20 para 21 por cento nos restantes bens.
Será ainda proposta uma subida do IRS de 1 por cento até cinco salários mínimos (2375 euros por mês) e de 1,5 por cento acima deste valor, segundo fonte do Executivo.
As novas medidas estão previstas pelo menos até ao final deste ano e incluem a criação de uma tributação extraordinária de um por cento para quem aufere até cinco salários mínimos, o que equivale a 2375 euros por mês. Quem ganhar acima desse valor será tributado em 1,5 por cento. De fora deste imposto especial ficam apenas aqueles que recebem o salário mínimo.
Fonte: Diário de Notícias
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