No próximo fim de semana, 28 mil voluntários vão recolher a oferta de bens essenciais por parte de quem faz compras em 1500 estabelecimentos. À campanha renovada do Banco Alimentar Contra a Fome, junta-se a possibilidade de compra de uma moeda.
Uma moeda vai converter-se em leite. É este bem essencial o destino da venda de moedas emitidas pela Imprensa Nacional- Casa da Moeda e concebidas pelo escultor João Duarte. O resultado reverte a favor do Banco Alimentar Contra a Fome que, amanhã e depois, repõe no terreno a maior acção de voluntariado em Portugal.
"A mesma camisola"
Neste fim-de-semana, "todos os 28 mil voluntários vestem a mesma camisola", disse ontem Isabel Jonet, que dirige a instituição repartidora de alimentos por cerca de 1700 instituições de solidariedade social de todo o país, através dos 17 bancos alimentares regionais.
Ao JN, a dinamizadora desta acção, que remonta a 1992, afirmou "não querer bater recordes", mas estar "muito confiante na generosidade das pessoas". Reconhecendo o tempo de crise também do lado dos doadores, Isabel Jonet sublinhou o ponto forte da campanha: "Basta uma pequena ajuda". A partir dela, o Banco Alimentar Contra a Fome encontrará também a "capacidade de multiplicar" .
Esta campanha poderá não ver os seus resultados imediatos no que toca à emissão especial de moeda, mas tais proventos vão chegar também em forma de alimento às famílias mais carenciadas. O escultor João Duarte usou como símbolos as mãos e o pão para sugerir a acção da partilha exercida de forma colectiva.
A Imprensa Nacional-Casa da Moeda, lembrou ontem o seu presidente, Estêvão de Moura, já há dois anos tinha lançado uma série especial de moedas, "abdicando do ganho financeiro". Os lucros reverteram para a AMI, que com eles intensificou uma campanha de vacinação em países africanos. Esta ideia "original" tem sido sugerida a casas da moeda de outros países, referiu Estêvão de Moura.
Ficam agora disponíveis três versões de cunhagem e valor facial de uma moeda que evoca a acção do Banco Alimentar Contra a Fome. Uma delas, que vale um euro e meio, entra em circulação. Outra visa os coleccionadores e é, por isso, a mais cara: 42 euros. A terceira é a verdadeiramente vocacionada para a generosidade de quem a adquirir, por cinco euros. A instituição de solidariedade receberá um euro por cada moeda vendida. Esta terá de ser procurada nos bancos. A edição desta versão é de 100 mil exemplares.
Fonte: Jornal de Notícias
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