CIMEIRA INTERNACIONAL

Luta contra a pobreza a 500 milhões do objectivo

Dez anos após os objectivos traçados pelo mundo na luta contra a pobreza, arranca esta segunda-feira (20 de Setembro)em Nova Iorque, a cimeira que avaliará quais os concretizados. Portugal ficou a 500 milhões de euros anuais do montante prometido na ajuda a desfavorecidos.

Numa década, diminuiu em 400 milhões o número de pobres - que vivem com menos de um euro por dia - e mais de 90% das crianças têm hoje acesso ao ensino. Mas a maioria dos oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (OMD), delineados em 2000 por 189 países, mantém-se em grande parte por realizar.

Da Declaração do Milénio, a executar até 2015, o combate à mortalidade materna ficou muito aquém dos compromissos. O mesmo ocorre na redução em dois terços da mortalidade de crianças com menos de 5 anos ou no objectivo de travar a propagação da tuberculose, paludismo e VIH/Sida. Para não referir o compromisso dos países desenvolvidos em contribuir com 7% do rendimento anual bruto (RNB) para ajuda ao desenvolvimento. Segundo relatórios internacionais, o hemisfério Norte não canalizou para o Sul aquele montante e, paralelamente, as divisas ilícitas rumam cada vez mais no sentido contrário.

É este o cenário que começa vai ser analisado na cimeira que reúne, até quarta-feira, vários chefes de Estado. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, já referiu que é necessário reforçar os compromissos de 2000. O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, padre Jardim Moreira, admite estar pouco optimista. "Há uma falácia nestas ajudas: os países ricos passam a ideia de que os pobres vivem da subsídiodependência", diz, dando conta de que a União Europeia pode restringir a resolução dos problemas a cada país.

Portugal integra o leque dos que, mesmo tendo assumido o investimento de 7%, falta ao prometido. Em 2008, com a crise do preço dos alimentos, apenas investiu 0,3% do RNB. Isto é, um diferencial de 500 milhões de euros. "Não se faz, há anos, em Portugal o balanço à luta contra a pobreza e dos milhões gastos. Não há um plano articulado entre ministérios. É vergonhoso pertencer a um país que tem o maior índice europeu de crianças pobres, 24%", frisa Jardim Moreira. "As crianças não representam votos. Mas representam, muitas deles, futuros delinquentes".

Fonte: Jornal de Notícias

 

Data de introdução: 2010-09-20



















editorial

O COMPROMISSO DE COOPERAÇÃO: SAÚDE

De acordo com o previsto no Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, o Ministério da Saúde “garante que os profissionais de saúde dos agrupamentos de centros de saúde asseguram a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Imigração e desenvolvimento
As migrações não são um fenómeno novo na história global, assim como na do nosso país, desde os seus primórdios. Nem sequer se trata de uma realidade...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Portugal está sem Estratégia para a Integração da Comunidade Cigana
No mês de junho Portugal foi visitado por uma delegação da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância do Conselho da Europa, que se debruçou, sobre a...