Divulgar e desenvolver as potencialidades das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) no país. Este é um dos principais objectivos da Chama de Solidariedade que está a percorrer o interior de Portugal, até ao próximo Sábado, dia 25.
Viseu, Guarda, Seia, Covilhã ou Fundão, são alguns dos pontos que fazem parte deste itinerário, numa romaria que começou dia 21 e tem meta montada em Castelo Branco.
“A grande preocupação é construirmos uma rede entre nós próprios, sermos capazes de construir coisas em conjunto”, explica João Carlos Dias, coordenador da Chama da Solidariedade, em entrevista à agência ECCLESIA.
Um desafio que passa, antes de mais, pela organização deste evento, que desde que começou, há 3 anos, sempre contou com a colaboração das diversas Uniões Distritais ligadas à solidariedade social.
“A partir daqui”, sublinha João Carlos Dias, “com os contactos estabelecidos, conseguimos fazer com que as instituições encontrem respostas conjuntas, adequadas às comunidades que servem”.
Encontrar soluções é mesmo a grande mais valia das IPSS, segundo aquele responsável, membro da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). Trata-se de “interpretar, em cada um dos territórios, aquilo que são as necessidades das populações, e dar uma resposta simples e adequada, por vezes de forma muito voluntarista”.
Um papel que agora poderá sofrer alterações, numa altura em que o Estado tem vindo a assumir, quer a nível financeiro quer a nível político, uma gestão mais próxima da assistência social.
“Muito daquilo que hoje já é uma evidência, por parte do Estado, ao nível da educação, do apoio à terceira idade, à primeira infância, ao pré-escolar, toda a rede que hoje o governo, de alguma forma quer assumir, foi criada pelas instituições particulares de solidariedade social” lembra João Carlos Dias.
A crise que o país atravessa faz com que cada vez se tenha mais pessoas para apoiar, para socorrer. Por outro lado, realça o coordenador da Chama da Solidariedade, “há um decréscimo significativo das receitas resultantes dos recursos que deveriam vir dos utentes e das comparticipações familiares”.
Estas são algumas das dificuldades com que se debatem as IPSS no nosso país, a juntar a “alguma pressão por parte do Estado, em ir arrastando algumas decisões, olhando para o mundo de uma forma um pouco cega, apenas com a preocupação de resolver as questões financeiras do país” acrescenta João Carlos Dias.
Em cima da mesa, neste momento, está a negociação de um protocolo de cooperação entre o Estado e as IPSS, algo que está a ser mediado pela CNIS.
O acordo, ainda por definir, vai estabelecer a forma de relação entre as duas partes, abrangendo áreas como o financiamento a atribuir às instituições, regras de funcionamento das diferentes valências, a capacidade que cada instalação de solidariedade social deverá ter, entre outras matérias.
“É um protocolo que vai seguramente apontar caminhos para outras colaborações futuras” espera João Carlos Dias.
Quanto à iniciativa da Chama da Solidariedade, apesar de ter vindo a ter uma boa adesão, por parte das IPSS, dos organismos autárquicos, dos movimentos e colectividades da sociedade civil, é possível que se tenha de fazer algumas alterações.
Fonte: Agência Ecclesia
“Sobretudo ao nível das datas, já que este ano, por exemplo, a preparação do evento calhou em tempo de férias e a iniciativa em si realizou-se em plena época de regresso às aulas, o que desmobilizou um pouco a comunidade escolar” conclui o coordenador da Chama da Solidariedade.
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