TERCEIRA IDADE

Quanto custa ser idoso em Portugal?

Em 2008 a população idosa aumentou. Havia 115 idosos para 100 jovens. A população em idade activa sofreu um recuo de 67,1%. E se nada for feito, nomeadamente no que respeita ao aumento da natalidade, a tendência é aumentar o fosso.
Segundo dados do INE, em 2050, 1/3 da população será idosa e 1 milhão terá mais de 80 anos. Existirão 238 idosos para cada 100 jovens. Não existirão suficientes pessoas no activo para garantir as reformas. Agora vamos a contas.
Sabia que 1000 euros mensais não chegam para ter uma velhice digna?
Parta dos valores de hoje para projectar a sua velhice e a este montante junte a inflação. Vamos fazer as contas de quanto precisará amealhar para gozar a vida em pleno quando tiver todo o tempo do mundo. Quando idealmente devemos começar a preparar esta poupança?
Quanto mais cedo se iniciar a constituição de um complemento de reforma - PPR ou Fundo de Pensões -, menor será o esforço de poupança exigido. O próprio Estado incentiva a poupar através de uma tabela de benefícios fiscais, por escalões etários, com vantagens acrescidas para os jovens.
A subscrição de um Fundo de Pensões/PPR logo no início da vida profissional tem vantagens, uma vez que quanto maior for o período de tempo entre a data da adesão ao Fundo de Pensões e a data da reforma maior será o valor investido e, desta forma, maior o valor do complemento de reforma.
Estes fundos podem adoptar várias políticas de investimento: quem estiver longe da idade de reforma poderá optar por um Fundo de Pensões/PPR com uma maior percentagem de investimento em acções, que têm um maior potencial de valorização a longo prazo. Em contrapartida, um indivíduo que se encontre já na casa dos 50 anos deverá optar por um fundo com uma percentagem investida em acções bastante reduzida e com um perfil de risco mais conservador.
O mais problemático é que, actualmente, e em Portugal, 85% dos idosos têm uma reforma igual ou inferior a 409 euros, sendo a média mensal de 387 euros. Sem o apoio da Segurança Social e das Instituições de Solidariedade Social a maioria não conseguiria sobreviver.
É isto que terá de evitar. Vamos ver que despesas incorrem nesta fase da vida. Imagine que tem de ir para um lar. Quanto pode custar por mês? As mensalidades na zona de Lisboa cifram-se nos 1200 euros, nos arredores da capital baixam para 800 euros.
Há, contudo lares de luxo que cobram por uma diária 82 euros, podendo chegar aos 2400 euros por mês. As mensalidades das instituições são calculadas para assegurar alojamento, alimentação e cuidados básicos de higiene pessoal. De fora ficam os medicamentos, fraldas, enfermagem, barbeiro, calista, serviços de estética… Os medicamentos representam a maior factura no orçamento dos mais idosos.
E 230 mil pessoas têm dificuldades em pagar a conta da farmácia. Setenta euros por mês é quanto gastam, em média, pessoas com mais de 65 anos. Para atenuar esta dor de cabeça o Estado decretou a comparticipação em 100% dos medicamentos genéricos a pensionistas cujo rendimento total não exceda 14 vezes o valor do indexante dos apoios sociais. Junte a alimentação, roupas e outras despesas…
Se a opção não for por um lar, contratar uma enfermeira, ou uma empregada poderá ser necessário. Tratando-se de funções mais qualificadas do que as exigidas pelo trabalho doméstico, no mínimo são 1000 euros por mês a somar às despesas de água, luz, gás, entre outras. São estas contas que vale a pena antecipar quando se é jovem.

 

Data de introdução: 2010-10-03



















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