ESTATÍSTICAS

Risco de pobreza atingia 18% da população em 2008

Em 2008, dois em cada dez portugueses estavam em risco de pobreza, sendo as famílias com crianças dependentes as mais afectadas, segundo um relatório do INE, que revela contudo uma tendência de redução deste risco. Os resultados do estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que em 2008 o risco de pobreza atingia 17,9 por cento da população, um valor que traduz ainda assim uma tendência de redução da taxa de risco de pobreza monetária desde 2003, ano em que atingia 20,4 por cento dos portugueses.
O relatório destaca a diminuição de 8,9 pontos percentuais no risco de pobreza para a população idosa no mesmo período, que compara com os adultos em idade activa e o grupo das crianças e jovens, entre os quais essa redução é muito menos acentuada: 1,2 e 1,7 pontos percentuais, respectivamente.
No entanto, eram os idosos que viviam sós, bem como as famílias constituídas por um adulto com crianças dependentes e as famílias com dois adultos e três ou mais crianças dependentes, quem apresentava, em 2008, os riscos de pobreza mais elevados: 32,7 por cento, 38,8 por cento e 42,8 por cento, respectivamente. No mesmo ano, o risco de pobreza nas famílias com crianças dependentes (20,6 por cento) era maior do que o das famílias sem crianças (14,9 por cento).
Os resultados apurados apontam ainda para a redução progressiva da desigualdade na distribuição dos rendimentos familiares naquele período, observando-se uma quebra de cerca de 10 por cento na distância entre os rendimentos auferidos pelos 20 por cento da população com maiores rendimentos e os 20 por cento da população com menores rendimentos.
Apesar disso, o relatório do INE revela que durante o período em análise, Portugal apresentava uma das mais elevadas assimetrias na distribuição do rendimento monetário disponível médio no conjunto dos países da União Europeia.
O indicador de "privação material" atingiu, em 2009, 21,4 por cento, que compara com 22,2 por cento em 2004. A privação material para a população idosa registou uma queda de 6,6 pontos percentuais no mesmo período, de 31,3 por cento para 24,7 por cento.
Em contrapartida, as famílias compostas por um adulto e uma ou mais crianças dependentes e as famílias com dois adultos e pelo menos três crianças dependentes registavam, em 2009, as taxas de "privação material" mais elevadas (46,8 por cento e 47,5 por cento), mais do que duplicando a taxa observada para o total da população.
No que respeita à "pobreza consistente" -- que associa risco de pobreza e "privação material" -- ao longo do período em análise (2004-2009) não se verificou um padrão de evolução regular: o seu nível médico foi de 8,6 por cento, tendo oscilado entre 9,4 por cento em 2004 e 8,1 por cento em 2009.
A publicação do relatório sobre "Rendimento e Condições de Vida", que contém a análise dos resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento em Portugal realizado a nível europeu desde 2004, enquadra-se nas iniciativas do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social e do Dia Mundial da Estatística.

 

Data de introdução: 2010-10-20



















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