Existe há mais de trinta anos no apoio ao bairro da Cova da Moura, sempre graças a ginástica financeira e agora com expectativas num acordo com a Segurança Social. Criada em 1980 como um clube desportivo, a Associação de Solidariedade Social Alto da Cova da Moura (ASSACM) presta há 31 anos apoio aos moradores daquele bairro da Amadora, primeiro através da promoção do desporto e da cultura, e desde 2000 através do apoio social na forma de uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social). "Um dos papéis importantes da instituição é tirar as crianças da rua, esse é um dos pontos fundamentais. Vamos buscá-las e levá-las à escola e mantemo-las ocupadas com apoio escolar e outras actividades. Esse é um dos nossos papéis fundamentais", explicou o presidente da associação.
Outra função desta instituição com 30 funcionários e que serve uma população de cerca de 1.500 pessoas, acrescentou Ilídio Carmo, é a angariação de alimentos e outros bens para distribuição entre a população da Cova da Moura, que "é bastante necessitada".
"Estas instituições são sempre necessárias e vão sempre existindo, mas se não houver boa vontade torna-se difícil e quem vai sofrer são as populações que ficam sem o apoio", defendeu.
Apoio que surge também na forma de emprego, já que a ASSACM dá prioridade aos moradores do bairro quando surge a oportunidade de dar trabalho a alguém.
É o caso de Maria Rita Santos Sousa, que só trabalha ali desde o início do mês, mas não tem medo em afirmar que aquela é a sua segunda casa. "Gosto muito mais de estar aqui porque conheço as pessoas todas, sinto-me bem aqui, estou perto de casa e eu conheço a instituição desde que ela existe porque eu moro no bairro há mais de trinta anos. Os meus netos quando saem da escola vêm para aqui e isso para mim é um descanso", contou à Lusa.
Não gerando receitas próprias, a ASSACM realiza todas as suas actividades graças às várias parcerias desenvolvidas com entidades como o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), o Instituto Português da Juventude, o Banco Alimentar contra a Fome, a Câmara Municipal da Amadora, o Montepio ou o INATEL.
"A questão financeira é a mais difícil de gerir. Temos de fazer uma ginástica muito grande. às vezes vem dinheiro para um projecto e se calhar temos de tirar algum para socorrer outras situações porque não temos dinheiro para tudo", explicou o presidente da ASSACM.
Quanto a desejos para a instituição que ajudou a nascer, Ilídio Carmo não hesita: conseguir um acordo com a Segurança Social, que significará alguns fundos financeiros.
Para isso, a ASSACM está a realizar uma série de obras exigidas pela Segurança Social, entre um sistema de detecção de incêndios, casas de banho acessíveis a pessoas com deficiência motora ou casas de banho próprias para os mais pequenos, que rondam os 70 mil euros.
Data de introdução: 2011-06-04