Decorrem até à próxima sexta-feira (dia 16), em Lisboa, as Conferências de Economia Social, sob o lema «Conhecer o Presente. Confiar no Futuro», promovidas pela Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), um conjunto de encontros/debates que pretendem aprofundar conhecimentos sobre o Terceiro Sector.
Depois de o dia de arranque das Conferências, na segunda-feira (12), os palestrantes terem avançado algumas definições sobre o conceito de Economia Social e o Professor Jordi Estivill, da Universidade de Barcelona, ter dissertado sobre a história da Economia Social e as contribuições que pode dar para o presente e o futuro, o segundo dia foi dedicado à realidade nacional.
Dar a conhecer a realidade da Economia Social em Portugal pela voz das estruturas que agregam e representam as diferentes organizações que se movimentam no Terceiro Sector ocupou toda a manhã do segundo dia de trabalhos.
Pela CNIS, Eleutério Alves deixou bem claro que, pela sua dimensão, a estrutura que representa “sente-se confortável como promotora da Economia Social”, alertando para o facto de o País já ter demorado e perdido muito tempo.
Especificando que a solidariedade desenvolvida pelas IPSS “não ataca apenas os problemas, mas igualmente as suas causas”, o dirigente revelou que as instituições filiadas na CNIS implementaram por todo o território nacional cerca de “nove mil respostas em valências sociais”.
O elemento da Direcção da CNIS sublinhou que “o apoio do Estado não passa somente pelo dinheiro”, mas que deve efectivar-se igualmente na reformulação de exigências excessivas, na afirmação da autonomia das instituições e na realização e aprofundamento de parcerias.
Quando no momento actual a comparticipação do Estado, via Segurança Social, se cifra nos 35% dos custos, com o restante a ser suportado pelas famílias e pelas IPSS, Eleutério Alves asseverou a “necessidade de um novo Contrato Social, com menos Estado e uma sociedade civil mais activa”.
Manuela Silva, do Grupo «Economia e Sociedade» da Comissão Nacional Justiça e Paz, moderou a acção e solicitou aos palestrantes que, para além de apresentarem as organizações e movimentos que representam, apontassem os grandes desafios das suas estruturas num momento em que, mais do que nunca, a Economia Social assume um papel decisivo na superação da crise.
Eleutério Alves, da CNIS – Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Manuel Canaveira, da ANIMAR, Aldina Fernandes, da CONFAGRI, Jerónimo Teixeira, da CONFECOOP, Alberto Ramalheira, da UMP - União das Mutualidades Portuguesas, Augusto Flor, da CPCCRD – Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio Desporto e Recreio, Filipe Coelho, da Economia de Comunhão, e Manuel Lemos, da UMP – União das Misericórdias Portuguesas, deixaram os seus testemunhos, aprofundando o conhecimento dos presentes sobre as respectivas organizações, abordando ainda os desafios que enfrentam, as distintas realidades que vivem e o rumo que defendem para que a Economia Social tenha o reconhecimento e a implantação que se exige.
As Conferências de Economia Social, da CASES, terão um tratamento mais aprofundado na edição impressa de Outubro do SOLIDARIEDADE.
P.V.O.
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