O Estado deve evitar padronizações e desburocratizar as relações com as instituições de solidariedade social, assim como dar mais espaço a estes organismos para eles encontrarem forma de resolver a situação e encontrar soluções para ultrapassar os problemas que surgem. Quem o diz é o presidente do Conselho Económico e Social, Siva Peneda, num seminário da IPSS da Madeira, organizado pela CNIS.
No entender de Silva Peneda, que falava esta manhã à margem do seminário que decorreu na APEL, "parece-me mal padronizar os comportamentos, obrigar a que as coisas sejam feitas da mesma forma. Ora, isto desmotiva as instituições e tem uma atitude castradora". Além disso, o presidente do Conselho Económico da CNIS salienta que as "instituições também têm de se ajudar a si próprias e serem muito transparentes". Mas não só. Outro aspecto fundamental para assegurar um bom papel destas instituições no futuro é a troca de experiências entre os técnicos e responsáveis das várias instituições existentes a nível nacional.
A crise, diz, vai criar mais dificuldades às famílias e às próprias instituições, que "vão ter muito mais solicitações e menos dinheiro", diz Silva Peneda, acrescentando que as instituições de solidariedade social vão "viver uma situação de emergência". Peneda salienta que as "pessoas muitas vezes enetendem uma situação de emergência como passageira, mas não vai ser assim. A situação de emergência vai durar muito mais tempo que gostaríamos".
Na base deste pessimismo, explicou, estão os indicadores que revelam que o país não vai viver uma evolução favorável nos próximos anos. "Não vejo nos horizontes dos próximos anos um crescimento económico que assegure emprego e que a conjuntura económica mude e, portanto, vamos ter problemas sociais complicados e as IPSS estão na linnhas da frente de combate".
Os cortes financeiros do Estado e do Governo Regional é um problema que irá afectar o desempenho das IPSS, no entanto, Silva Peneda é da opinião que as instituições "têm de encontrar formas de como se pode dar a volta a isso". Silva Peneda afirma não ter dados precisos sobre o aumento dos pedidos de ajuda a nível nacional e regional, contudo, sempre adianta que "os pedidos de ajuda têm crescido muito, os pedidos são dramáticos e estão a acrescer". Em relação à Madeira diz não dispor de números, mas afirma que as informações que recolheu indicam que as "instituições já estão a se preparar para a batalha e para os tempos dificeis" que aí vêm.
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