IDOSOS BRAGANÇA

Jovens profissionais da saúde ajudam a melhorar nutrição sénior nos lares

Uma parte importante dos idosos das instituições de Bragança sofre de doenças provocadas por excessos alimentares e foram, por isso, introduzidas mudanças nas ementas de lares e centros de dia impulsionadas por uma nova geração de profissionais de saúde. Dietistas, nutricionistas ou gerontologistas começam a ser presenças assíduas em algumas instituições que acolhem idosos e deram aos cuidados com a alimentação uma nova prioridade, como foi hoje observado, em Bragança, nas primeiras jornadas de nutrição sénior.
A iniciativa foi uma espécie de acção de formação para colaboradores e prestadores de cuidados, mas também para estudantes dos cursos ligados a esta área da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Bragança. Há vários anos que a escola coloca estagiários nas três instituições que João Carlos Estevinho gere, nas aldeias de Salsas, Santa Comba de Rossas e Pinela, no concelho de Bragança, com um total de cerca de 150 utentes, com idades entre 75 e 90 anos. "Estes jovens têm servido para mudar, é gente que está desperta e com muita garra para organizar e difundir um pouco também esta profissão que, no fundo, é muito importante num lar de idosos e em outros meios onde se trata da saúde e se cuida do bem estar das pessoas", disse o presidente daquelas três instituições.
Estes jovens profissionais têm contribuído para adaptar as dietas das instituições às necessidades dos utentes e pretendem ajudar a sensibilizar outros profissionais com acções como as jornadas de hoje, como referiu a dietista Joana Cunha, responsável pela organização.
Esta profissional trabalhou já em três instituições e a experiência ensinou-lhe que "a maior parte das patologias que os idosos apresentam têm a ver com a anterior alimentação".
As doenças que prevalecem nestes idosos são a hipertensão, o colesterol, renais e úlceras, segundo disse. "São transmontanos", realçou a jovem, e defensores do ditado "perdoa-se o mal que fazem, pelo bem que sabem", numa alusão aos alimentos mais tradicionais, como os enchidos, que, sem conta e medida, são alguns dos exemplos de excesso de sal e gordura presentes na cozinha transmontana.
Mudar os hábitos alimentares é o primeiro desafio destes profissionais, mas principalmente adaptar a dieta à situação clínica de cada idosos, como explicou.
A dietista assegurou que "nas instituições começa a haver esta preocupação com a alimentação, as ementas são todas adaptadas aos utentes, nomeadamente às patologias deles".
O dirigente de três destas instituições, João Carlos Estevinho, "nota que uma alimentação correta altera muito e ajuda a fazer a diferença a nível de bem estar e do controlo de determinadas patologias".

 

Data de introdução: 2012-03-03



















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